Reginaldo Nasser: o objetivo real dos Estados Unidos é acabar com a Rússia

Professor de relações internacionais defendeu ainda o direito humanitário – e explicou a diferença entre este conceito e a defesa universal dos direitos humanos

(Foto: Reuters | Reprodução)


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247 – O analista geopolítico Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, fez uma avaliação sobre o atual cenário da guerra na Ucrânia, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247. Segundo ele, a guerra demonstra que os governos democratas nos Estados Unidos são mais imperialistas do que os republicanos. "O objetivo real dos Estados Unidos e da Inglaterra é acabar com a Rússia", diz ele. "É assustadora a dimensão da russofobia", acrescenta.

Nasser afirma que a guerra de Kosovo, quando a antiga Iugoslávia foi atacada por forças da OTAN, foi um divisor de águas. "Mostrou a face agressiva da OTAN. A Rússia começa a se preparar a partir deste evento", diz ele. "Os Estados Unidos usam o princípio do excepcionalismo a seu favor. Só eles podem agir em seu favor", pontua.

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Nasser afirma que, no início do conflito, a Rússia tinha legitimidade para defender a região do Donbass, que estava sendo agredida. "Mas Putin não teve habilidade política para justificar sua ação", afirmou. "Defendo que a Ucrânia seja neutra e que a região do Donbass seja autônoma. Mas Putin caiu na armadilha dos Estados Unidos", afirmou.

Direito humanitário

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Nasser afirmou que os Estados Unidos querem prolongar a guerra e explicou o conceito do direito humanitário, que, diante de conflitos, busca mitigar seus efeitos. "A Ucrânia desrespeita todos os princípios do direito humanitário. Havendo a guerra, o que importa é moderar seus efeitos", afirma. Ele também pontuou que a ideia de multipolaridade não garante a paz. "Meu olhar é da periferia. Não é algo automático a garantia da paz. Há momentos em que a multipolaridade evita conflitos e há outros em que cria conflitos regionais", diz ele.

Nasser diz ainda que a política externa russa chama atenção pelo pragmatismo. "São amigos do Irã e de Israel, por exemplo", diz ele. Na sua opinião, é necessário resgatar um certo internacionalismo na esquerda e combater a exploração de classes que existe no centro e na periferia do sistema capitalista. Nasser também falou sobre a possível extradição de Julian Assange, fundador do Wikileaks, para os Estados Unidos e disse que o caso deveria mudar a percepção sobre direitos humanos no Ocidente.

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