"Quatro mandatos foram cassados para aprenderem a respeitar mulheres na política”, diz secretária sobre fraude do PL no Ceará
Adelita Monteiro foi responsável por denunciar ao TRE-CE a fraude do PL em relação à cota de gênero nas eleições estaduais de 2022: "não é surpresa que isso parta deste partido"
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247 - A secretária da Juventude no Estado do Ceará, Adelita Monteiro, comentou sua denúncia ao TRE-CE em relação à fraude do PL nas eleições estaduais, em que o partido utilizou os nomes de sete mulheres para protocolar falsas candidaturas - sem o conhecimento delas - a fim de burlar a cota de gênero do pleito em 2022.
À TV 247, Adelita contou que soube através da imprensa da denúncia de Andreia Moura Fernandes, que teve seu nome utilizado em uma falsa candidatura. A partir desta informação, a secretária estadual da juventude pelo PSOL, denunciou ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará que, por sua vez, descobriu que outras seis mulheres foram candidatas pelo PL sem o conhecimento delas.
Essas candidaturas constituíram metade do total de candidatas mulheres nas eleições de 2022 naquele partido, resultando em condenação por fraude na cota de gênero pelo TRE-CE. “Essa peça foi muito bem estruturada, foi ganhando força e culminou na justiça sendo feita, nos quatro mandatos cassados para que as pessoas finalmente começassem a entender que é preciso respeitar o direito das mulheres na política”, declarou a secretária.
As candidaturas foram simuladas para complementar a cota mínima de 30% de mulheres e, em virtude da fraude, os eleitos naquele pleito pelo PL tiveram suas candidaturas cassadas. O partido tem a opção de recorrer tanto no próprio TRE-CE quanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília. Enquanto aguardam a decisão final, os parlamentares permanecem na Assembleia Legislativa. Se a cassação for confirmada, dois homens podem assumir as cadeiras anteriormente ocupadas por Marta Gonçalves e Dra. Silvana.
Adelita Monteiro acredita que o fundamentalismo inerente à extrema-direita baliza fraudes como essa e que orienta, inclusive, a atuação de mulheres em seus mandatos: “Não é surpresa que isso parta do PL, um partido com histórico de desrespeito à mulher. Esse tipo de partido que é misógino, que é machista, coloca mulheres na política e coloca inclusive ferindo direito das mulheres”, avaliou.
Sobre a chamada PEC da Anistia, que concede perdão aos partidos políticos que não cumpriram as cotas de recursos para mulheres e negros nas últimas eleições, a ex-secretária geral do PSOL no Ceará lamenta: “foi uma luta tão amarga para a gente conquistar, para ter direito a uma cota mínima de mulheres... e se a gente anistiar os partidos que fizeram isso, a gente vai estar dando carta branca.” Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:
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