'Preocupante é a relação dos militares brasileiros com os EUA, não um software de espionagem', diz pesquisador

"Uma notícia dessas mete medo, e é nesse estado de pânico que a extrema direita atua e consegue suas conquistas", afirmou o historiador Manuel Domingos Neto

Manuel Domingos Neto
Manuel Domingos Neto (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Antonio Cruz/Agência Brasil)


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247 - Em entrevista à TV 247, o historiador Manuel Domingos Neto afirmou que a compra de sistema que pode retirar informações de celulares pelas Forças Armadas é apenas “um software a mais” dessas corporações e que a melhor explicação para essa informação ter sido divulgada para um jornalista é os militares quererem transmitir o temor na sociedade.

"Certamente alguém soltou (a informação de propósito) para o jornalista. Agora, com que objetivo? Olha, uma notícia dessas só tensiona, ela mete medo, um medo infundado, porque não é um software que vai decidir sobre o controle da sociedade, o acompanhamento dos cidadãos, isso já é feito. É apenas mais um software, mais uma ferramenta. O objetivo era disseminar medo, um artigo como esse influencia o comportamento social, é isso que os militares estão fazendo. É nesse estado de pânico e medo que a extrema direita atua e consegue suas conquistas, a eleição de Bolsonaro foi fruto desse jogo de influência do comportamento social", analisou o historiador.

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Domingos Neto complementou avaliando que o verdadeiro perigo reside na completa dependência militar brasileira das grandes potências para o fornecimento de materiais: "É perigoso que os militares brasileiros persistam nessa necessidade de tutela do Estado e da sociedade e nos deixem no completo desabrigo no ponto de vista de defesa. Por exemplo, temos uma estrutura de defesa absolutamente dependente da produção dos grandes complexos industriais militares. O Brasil não pode determinar se vai entrar numa guerra de maior alcance ou expressão porque não tem autonomia nesse campo de fornecimento de material, armas, equipamentos, serviços. Então quem produz isso, nesse mercado decisivo, são as grandes potências." 

Neste campo, o historiador avalia que a relação com os EUA se torna desequilibrada, pois o Brasil ocupa papel subordinado. "Isso dá medo. Porque nós temos nossa defesa militar completamente atrelada ao complexo militar dos EUA. O que dá medo é nós estarmos permanentemente sustentando escritórios de contas e de negócios militares em Washington. Isso que deveria preocupar, mas sobre isso os jornais não fazem reportagem", concluiu.

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