“Pelé, o primeiro rei negro, teve grande impacto na luta antirracista”, diz Breno Altman

Jornalista avaliou que o peso da figura de um Rei negro pode ter impacto maior do que o de posições meramente discursivas

Breno Altman e Pelé
Breno Altman e Pelé (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Nacho Doce)


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247 - Em entrevista à TV 247, o jornalista Breno Altman questionou a narrativa de parte da esquerda que diminui o peso histórico de Pelé para a luta antirracista e lembrou da importância da figura do Rei do futebol para a população negra mundial.

"As pessoas também dizem que o Pelé nunca fez nada contra o racismo. É verdade do ponto de vista discursivo; Pelé nunca participou da luta antirracista, nunca foi um militante do movimento negro brasileiro, não teve o mesmo papel no sentido discursivo que teve Muhammad Ali. Mas o que representou para as populações negras do mundo que a principal personalidade da terra, chamada de Rei, fosse o Pelé?", questionou.

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O jornalista avaliou que o peso da figura de um Rei negro pode ter impacto maior do que o de posições meramente discursivas: "o mundo era de reis brancos. Reis eram da Inglaterra, Suécia, Holanda. Reis, chefes de Estado, de governo, eram da elite branca e rica. O Pelé torna-se Rei - claro que é uma coroa simbólica - a partir da sua arte, do seu talento. E é o primeiro Rei negro mundialmente reconhecido. Isso não tem impacto na luta antirracista? Não tem impacto como inspiração para milhões e milhões de jovens? Eu acho que tem um impacto formidável, provavelmente várias vezes acima do impacto que certas posições discursivas podem ter."

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Por fim, Altman opinou que o fato de diversos jogadores não terem consciência política pode refletir numa falta de capacidade de agentes politizados com tal setor: "deve-se eliminar a crítica à falta de consciência política de Pelé? Não. Mas ele é um filho do seu tempo e da sua classe. Qual porcentagem da classe trabalhadora mais pobre, de onde vem o Pelé, é mais politizada? E de seu núcleo, o futebol, (onde a consciência política) é inexistente? E não se deve cobrar isso de jogadores de futebol; as pessoas não têm obrigação de ter consciência política. Não é um defeito delas não ter consciência política. É um problema de quem tem consciência política e não consegue dialogar com esses setores."

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