Pauta econômica interessa muito mais ao povo do que a questão democrática, diz Breno Altman

Segundo o jornalista, o debate sobre as condições financeiras do povo é onde Bolsonaro mais se desgasta. “O Bolsonaro busca fugir dessa discussão como o diabo da cruz”

Breno Altman
Breno Altman (Foto: Reuters | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


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247 - O jornalista Breno Altman, em participação na TV 247, afirmou que a pauta econômica é mais importante na campanha eleitoral do que os debates sobre a necessidade de defender a democracia diante do risco que Jair Bolsonaro (PL) representa a ela.

Para Altman, a defesa da democracia não tem grande apelo entre a “massa” do povo brasileiro”, principalmente porque o país ainda vive em um regime democrático, segundo ele. “A pauta da questão democrática é uma pauta que interessa a uma parcela pequena da sociedade brasileira. A questão democrática ganha muito impacto quando você já ultrapassou a fronteira entre a democracia e a ditadura. A questão democrática é sensível às massas do povo quando está estabelecido um regime totalitário ou ditatorial que interfere na vida das pessoas, que provoca uma mudança na vida das pessoas do ponto de vista da política, da organização institucional do país. Bolsonaro representa uma ameaça potencial à alteração dessa ordem democrática. Nós não estamos em outro regime político, nós continuamos a viver em um regime de democracia liberal. Então para a massa do povo não há grandes diferenças do ponto de vista da política entre o que é o governo Bolsonaro e o que era o governo Temer ou quaisquer dos governos pós-redemocratização”.

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“A imensa maioria das pessoas se interessa pelas suas condições materiais e espirituais de vida, se interessa pela fome e pelo combate à fome, pelo desemprego e pelo combate ao desemprego, pela melhoria da sua renda, pela melhoria da educação, da saúde, pelos grandes temas que formam o cotidiano dos cidadãos e cidadãs do país”, completou.

Para o jornalista, é preciso que esta distinção fique muito clara para que a campanha do ex-presidente Lula (PT) possa seguir pelo melhor caminho de debate até 2 de outubro, data do primeiro turno do pleito presidencial. “Isso é importante se ter claro porque uma das questões fundamentais em uma campanha eleitoral é você escolher o terreno no qual você deseja travar a disputa. Este terreno, o terreno da disputa sobre o regime político, sobre a democracia, não é favorável à esquerda. A maioria do povo não é favorável a uma ditadura ou ruptura da ordem democrática, mas as pessoas tampouco acham que o regime democrático liberal funcione”.

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Ao contrário do que se possa imaginar, a discussão sobre democracia é, na verdade, favorável a Bolsonaro, porque deixa o desastre econômico de seu governo em segundo plano, explicou Altman. “Esse tema é bom para o Bolsonaro, porque a discussão das condições materiais de vida do povo é a discussão na qual o Bolsonaro mais se desgasta, porque ele piorou muito o país. Piorou o país na pandemia, no número de pessoas que passam fome, piorou o país em relação ao padrão de emprego, embora tenha havido uma recuperação nos últimos meses, mas uma recuperação com salários extremamente arrochados. Então esses temas de como vive o povo brasileiro, do desmonte do pouco que o povo havia conquistado nas últimas décadas, são os temas que desgastam o Bolsonaro. O Bolsonaro busca fugir dessa discussão como o diabo da cruz”.

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