Não dar início à CPI é demonstração de fragilidade do Senado Federal, diz Daniel Cara
Professor da USP cobra o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-RO), mas diz que a alternativa é “pressão popular”
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247 - O professor da Universidade de São Paulo Daniel Cara, da direção da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, cobrou do Senado o estabelecimento de uma CPI para investigar as denúncias de corrupção no Ministério da Educação.
O escândalo protagonizado pelo ex-ministro Milton Ribeiro envolve o favorecimento de pastores ligados a ele com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O próprio Ribeiro já chegou a dizer, em março, que apenas obedecia ordens de Jair Bolsonaro.
Diante da gravidade das denúncias, defendeu Daniel Cara, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não pode deixar o assunto “esfriar”. A pressão cresceu sobre o senador nos últimos dias, e aliados avaliam que dificilmente ele terá capacidade de segurar a CPI do MEC.
No entanto, Pacheco avisou a lideranças partidárias na Casa que há espaço para autorizar o funcionamento de duas CPIs, em um aceno a governistas interessados na criação de uma CPI das Obras Inacabadas do MEC, uma CPI das ONGs ou uma CPI do narcotráfico.
“Se depender do Rodrigo Pacheco, pode ocorrer uma ‘pachecada’, ou seja, ele deixa o assunto crescer e tomar conta da agenda até o momento que o assunto dá uma esfriada e aí ele senta de vez”, disse Cara, em entrevista à TV 247. “O Rodrigo Pacheco sempre tergiversa quando se trata da CPI do Ministério da Educação. Concretamente,ele tem feito um trabalho estranho de fazer a defesa institucional do Senado mas ao mesmo tempo não criar muito atrito com o governo Bolsonaro”.
“É importante que ele tenha consciência que não dar início a essa CPI na verdade é uma demonstração de fragilidade do Senado Federal. Um Senado forte diante de um caso absolutamente evidente em que está praticamente escancarada a corrupção no Ministério da Educação”, cobrou.
Segundo o educador, é necessário haver pressão popular e que os candidatos da esquerda se posicionem sobre o tema. “Pode ser que ele deixe para o esforço concentrado ou talvez ele tente estender esse processo para depois das eleições. Só tem uma alternativa para o Rodrigo Pacheco instalar essa CPI que é mais que necessária: pressão popular. Não tem outro caminho. O risco que nós corremos é que as eleições tirem a atenção da CPI do Ministério da Educação. É preciso que o próprio Lula e o Ciro Gomes e outros candidatos de oposição se posicionem em defesa da CPI constantemente”, disse.
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