Mídia deveria ser obrigada a uma retratação em larga escala depois do caso Roberto Jefferson, diz Breno Altman

“É preciso olhar o que esses personagens fizeram com o Roberto Jefferson no verão passado”, diz Altman, destacando o papel do político na eclosão do Mensalão

Breno Altman e Roberto Jefferson
Breno Altman e Roberto Jefferson (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247 | REUTERS/Adriano Machado)


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247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, afirmou que o caso Roberto Jefferson - que no último domingo resistiu à prisão com tiros de fuzil e granada contra policiais federais - traz à tona a necessidade de uma “retratação” por parte da mídia corporativa.

“Se houvesse um tribunal da história, a respeito do Roberto Jefferson, os meios monopolistas de comunicação deveriam ser obrigados a uma retratação em ampla escala. Esses personagens, Roberto Jefferson, Joaquim Barbosa, Sergio Moro, não existem sem que esses monopólios da mídia os transformem em heróis. Esses personagens são incensados pelos monopólios da mídia dentro de uma operação política”, disse.

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Altman lembrou que o Mensalão nasceu com base em uma entrevista de Roberto Jefferson, que àquela altura foi merecedor de toda a atenção e crença da imprensa brasileira. O jornalista destaca que Roberto Jefferson, que atirou no domingo contra policiais, é o mesmo que há 17 anos abriu uma “operação política” contra o PT com o Mensalão.

“O Mensalão tinha como destino impedir a continuidade dos governos do Partido dos Trabalhadores. Estamos falando de algo que teve início há 17 anos, quando já era claro que o governo Lula, ao contrário das apostas iniciais, não iria fracassar do ponto de vista econômico e seria capaz, ainda que lentamente, de colocar o país em uma outra trilha de desenvolvimento, e que isso poderia acarretar em um processo político novo no país, de continuidade a longo prazo dos governos populares. O alvo principal do Mensalão, que foi o então chefe da Casa Civil José Dirceu, não foi escolhido à toa. Tinha um objetivo muito claro, diante de um Lula forte, com dificuldades de desencadear contra o próprio Lula uma operação direta, se desencadeia uma operação contra a principal liderança da história do PT depois Lula, que era o chefe  político real do PT”, explicou.

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“E o que era o Mensalão? No que ele se apoiava? No Roberto Jefferson. Qual foi a peça jornalística fundamental da acusação contra o José Dirceu? A entrevista de Renata Lo Prete - então da Folha de S. Paulo, hoje apresentadora do jornal da Globo - com o Roberto Jefferson. Isso é a origem do Mensalão, é nisso que se apoia: fundamentalmente no que disse Roberto Jefferson. Roberto Jefferson é o mesmo Roberto Jefferson, o mesmo do ‘O Povo na TV’ dos anos 80, que era uma marionete da ultra direita no Rio de Janeiro contra o Brizola, o mesmo que foi o cão de guarda mais fiel a Collor no impeachment, o mesmo que era um ‘Buldogue’ do Fernando Henrique nos anos 90. É o mesmo. É essa figura. O Roberto Jefferson nunca mudou. É um personagem que caberia uma reflexão”, complementou.

A crítica ao político, para Altman, não passa de “hipocrisia” se não atingir também agentes da política e do Judiciário que ofereceram credibilidade a ele no passado. “Se é para ser séria a crítica ao Roberto Jefferson, e não uma hipocrisia por parte tanto da imprensa monopolista quanto de vários agentes políticos, judiciais, incluindo a senhora Cármen Lúcia, é necessário olhar o que todos esses personagens fizeram em companhia do Roberto Jefferson no verão passado”.

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