Lula e Biden podem criar um novo paradigma para a relação Brasil-EUA, diz Mathias Alencastro

"Os Estados Unidos precisam de governos competentes na região e no Sul Global", diz o professor de relações internacionais

Mathias Alencastro, Lula e Biden
Mathias Alencastro, Lula e Biden (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Ueslei Marcelino | Jim Watson/Pool via REUTERS)


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247 – O cientista político Mathias Alencastro, professor de relações internacionais na Universidade Federal do ABC, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que haverá um novo paradigma na relação Brasil-Estados Unidos, após a eventual vitória do ex-presidente Lula nas eleições presidenciais. "O governo Biden teve papel decisivo na mobilização democrática. O efeito foi direto entre os militares e no setor empresarial. Vivemos na era das super sanções e a última coisa que os empresários desejam é o Brasil sob efeito de sanções", diz ele. "A Casa Branca enxerga que é melhor apoiar uma democracia não alinhada do que um governo imprevisível como o de Bolsonaro", acrescenta.

Na sua visão, o Brasil contribui mais para a paz trabalhando para o multilateralismo. "O Brasil será um parceiro útil e os Estados Unidos precisam de atores multilaterais num mundo em que eles buscam a hegemonia. Acredito num novo paradigma das relações Brasil-EUA. Eles precisam de governos competentes na região e no Sul Global. Mas isso só vale no governo Biden", aponta.

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Um ponto de aproximação, segundo Alencastro, é a questão ambiental. "O Brasil pode se tornar uma potência ambiental tropical e ser referência para o mundo. É uma cooperação pacífica e industrializante", afirma. Ele também afirma que o candidato Fernando Haddad também vê a agenda climática como um novo espaço para o desenvolvimento de São Paulo. Essa agenda, inclusive, deve ser abraçada pelos produtores ruais. "O agronegócio precisa fugir da dependência chinesa. E por isso mesmo Lula é mais útil. Os novos consumidores estarão na África, que terá melhores relações com o Brasil sob Lula". 

A falência da direita tradicional

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Alencastro também avaliou que a direita tradicional brasileira implodiu após a falência do PSDB. "Temos hoje três direitas: a social, representada por Geraldo Alckmin, a liberal, que hoje está na chapa de Simone Tebet, e a extrema direita. O principal desafio brasileiro é a desradicalização da direita", diz ele. "A falência do PSDB em São Paulo é o fator central nesta eleição. O PSDB começou a morrer no dia em que o ex-governador João Doria apoiou Bolsonaro", afirmou.

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