"Lula e Alckmin podem vencer e isolar a extrema direita", diz Marcos Nobre

Aliança significa a possibilidade de uma frente para a reconstrução do Brasil, diz o autor do livro 'Limites da Democracia'

Marcos Nobre, capa do livro e Alckmin com Lula
Marcos Nobre, capa do livro e Alckmin com Lula (Foto: José Cícero da Silva/Agência Pública | Reprodução | Ricardo Stuckert)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – O escritor e filósofo Marcos Nobre, presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), concedeu entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, e falou sobre seu novo livro, "Limites da Democracia", em que aborda a erosão democrática do Brasil, a partir do esgotamento do presidencialismo de coalizão e das subsequentes manifestações de junho de 2013 até a ascensão do neofascismo bolsonarista. "Junho de 2013 para mim não teve como alvo o governo Dilma. Era contra o sistema político como um todo. Muitos se sentiam fora dos sistemas de decisão", diz ele. "O que muitos chamam de presidencialismo de coalizão eu chamo de peemedebismo. Não houve reforma do sistema político após junho de 2013", acrescenta.

Nobre falou sobre a escalada da crise brasileira a partir das eleições de 2014. "Quando o PSDB nega o resultado, cria-se uma crise política incontrolável. Jogaram o PT embaixo do ônibus e deu tudo errado", recorda. O filósofo disse ainda que Bolsonaro começou a digitalizar sua vida política já em 2012. "Bolsonaro entendeu muito bem o algoritmo. Depois disso, venceu a batalha dentro do agronegócio, incorporou o liberalismo das novas direitas e ganhou a cúpula das igrejas", lembrou. 

continua após o anúncio

Nobre afirma que Bolsonaro não pode ser subestimado. "O oportunismo de Bolsonaro é parte de sua capacidade política. Ele trocou a Lava Jato pelo centrão e se manteve popular. Temos hoje um centrão Carcará, que topa até autoritarismo, e o bolsonarismo terá força para além de 2022", afirma.

Nobre também disse que a probabilidade de um golpe clássico parece muito baixa no Brasil de hoje. "Mas tem o caso Bolívia, em que forças de segurança criam o caos e os militares depois impõem a ordem", avisa. Diante das ameaças, ele afirma que a chapa Lula-Alckmin significa a possibilidade de uma aliança para a reconstrução do Brasil. "Eles podem isolar a extrema-direita", afirma.

continua após o anúncio

O professor também afirma que nada no governo Lula prejudicou os interesses da elite. "Talvez agora haja mais medo de redistribuição de renda, mas essa redistribuição é necessária", aponta. Nobre também diz que o Brasil precisa de uma direita democrática. "E é preciso que ela seja hegemônica no campo da direita", finaliza.

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247