"Lula deveria enviar um projeto de lei à Câmara dos Deputados acabando com a independência do Banco Central", diz Breno Altman
No entanto, jornalista vê dificuldades para aprovar um eventual projeto
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247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, defendeu que o presidente Lula apresente ao Congresso Nacional um projeto que acabe com a chamada ‘independência' do Banco Central.
A instituição vem sendo alvo de críticas pelo governo federal, que considera como prioridade recolocar o País nos trilhos do crescimento econômico, mas possui alternativas limitadas por conta da elevada taxa básica, mantida a 13,75%.
Questionado se há algo que pode ser feito além das críticas, Altman respondeu: “Mandar um projeto de lei para a Câmara dos Deputados acabando com a autonomia”.
No entanto, ele avalia que o governo terá de superar dificuldades para aprovar uma eventual proposta para retirar a independência do BC. “Acho que tem dificuldades, mas acho que o presidente da República em algum momento vai ter que tomar alguma medida, porque quando você faz uma opção por criar uma tensão com o presidente do Banco Central, o que é correto, o presidente da República foi eleito e para ser eleito ele tem o poder de fazer isso, você precisa dar uma solução para o problema. O problema é muito grave, não é pouco grave. O presidente da República, na prática, há uma suspeita sobre o comportamento do Roberto Campos Neto. Vai além de um questionamento técnico ao Banco Central. Há um questionamento sobre o comportamento do presidente do Banco Central”, disse Altman.
“O presidente da República pode acabar imediatamente com a independência do Banco Central. Não foi nem uma emenda constitucional que criou a emenda do Banco Central. Foi uma lei ordinária. Outra lei ordinária acaba com a independência do Banco Central. É assim que funciona no jogo democrático. O governo tem força para aprovar uma lei desse tipo? É um bom teste, porque isso é um problema gravíssimo”, prosseguiu.
“Qual é a situação que está o governo? Se o governo não opera a expansão fiscal, e o discurso até agora do ministro da Fazenda é de relativa retração fiscal, corte de despesas, aprovação da âncora fiscal, compromisso de zerar o déficit primário. Se o governo não expande no fiscal, portanto não tem recursos no fiscal e, por outro lado, você tem uma política monetária ultra-retracionista, com a taxa real já batendo nos 8 por cento, como é que o país cresce? De onde vai vir investimento? Você está retraído nas duas pontas, no fiscal e no monetário”, completou.
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