Luiza Melo: saúde não pode ser comprada nem vendida

Sindicalista e trabalhadora do SUS defende a derrubada do Teto de Gastos como primeiro passo para combater projeto privatista; veja o vídeo na íntegra

(Foto: Reprodução)


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Opera Mundi - A terapeuta ocupacional, sindicalista e trabalhadora do Sistema Único de Saúde (SUS) Luiza Melo, no programa SUB 40 desta quinta-feira (02/06), defendeu a necessidade de um sistema efetivamente público de saúde para o Brasil. 

Para ela, a saúde privada não deveria existir, "porque se a gente cobra por esse serviço, então a  saúde se torna mercadoria. E saúde não é mercadoria, não pode ser comprada e não pode ser vendida. Tem que ser um direito garantido, algo que pode parecer óbvio, mas não é”.

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Filha de agricultores nascida em Sapucarana, na zona rural da cidade de Bezerros, no agreste pernambucano, Luiza tem 25 anos, é mestranda em Saúde Pública e pré-candidata a deputada estadual de Pernambuco pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Defensora de um SUS "popular e gratuito", ela enfatizou que saúde não significa apenas ausência de doença, mas representa também disputa e projeto de sociedade. 

“A saúde é direito garantido pelo Estado. Não está no Manifesto Comunista, está na Constituição”, provocou, afirmando que "o projeto privatista de saúde sempre esteve em disputa com o nosso projeto, que é um projeto da reforma sanitária e da saúde como direito”.

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Um primeiro "grande e necessário" passo a ser dado, avalia Melo, é a derrubada do Teto de Gastos, baseado numa estratégia deliberada de “precarizar para privatizar”. Luiza criticou também a "privatização por baixo dos panos" da Saúde promovida por meio de Organizações Sociais (OSs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips).

A sindicalista contou que os pais não têm vínculo com atividade política ou organização social, mas sempre motivaram os filhos para a faculdade e, indiretamente, à militância política. “Acho que meu pai não tem noção, mas ele foi um dos grandes influenciadores para eu ter me tornado comunista. Desenvolveu o senso de justiça através do cristianismo, mas eu acho que ele é comunista”, afirmou. 

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A consciência de classe veio de modo espontâneo, pela necessidade. Do pai, cresceram ouvindo a máxima de que “a caneta é mais leve que a enxada” e de que o estudo era a herança que ele tinha para deixar aos filhos.

Em sua compreensão, o pai sempre sempre foi crítico ao governo Lula, oscilando entre a esquerda e a direita, e foi a primeira pessoa a lhe mostrar algumas contradições do governo do Partido dos Trabalhadores. 

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Questionado por Altman sobre a distância simbólica entre a cidade de Bezerros, onde nasceu, e Garanhuns, cujo filho mais célebre é Luiz Inácio Lula da Silva. “Sempre estive um pouquinho longe, admirando muito o histórico e a figura de Lula, mas com o passar do tempo fui vendo que o meu lugar não era o PT”, respondeu. 

“Sempre tive divergências espontâneas e naturais, e isso fez com que eu entrasse na União da Juventude Comunista (UJC), justamente por perceber que eu queria mais, que o Brasil merecia muito mais e que o projeto em que acredito é o projeto da revolução brasileira.”

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Luiza afirmou que não é difícil, e é até necessário, o enfrentamento ao bolsonarismo pela esquerda pernambucana sem passar pela defesa da candidatura Lula. Lembrou que Pernambuco é o estado do dirigente comunista Gregório Bezerra e das Ligas Camponesas e que a primeira mulher deputada estadual foi Adalgisa Cavalcanti, do PCB. 

“A história dos comunistas em Pernambuco, assim como a respeitosa história do PT de Lula não são tão divergentes nesse sentido. Nossa luta comum é derrotar o bolsonarismo, aquela clássica do Lênin, de bater junto e marchar separado”, concluiu.

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