Leonardo Péricles: candidatura da Unidade Popular contribui para derrota de Bolsonaro

Candidato à Presidência mira representatividade negra e propõe lista de prioridades, como congelar preço de alimentos e anistiar dívidas de famílias pobres; veja vídeo na íntegra

Leonardo Péricles
Leonardo Péricles (Foto: Divulgação / União Popular)


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 Por Pedro Alexandre Sanches, do Opera Mundi -  O técnico mecânico e eletrônico Leonardo Péricles lança-se na disputa presidencial pela Unidade Popular pelo Socialismo (UP), definindo como objetivo central da candidatura contribuir para a derrota do inimigo maior, Jair Bolsonaro. “É nossa prioridade máxima, não dá para errar o inimigo. O alvo central é o fascismo. O segundo turno é esquerda, trabalhamos por isso”, afirmou durante entrevista ao jornalista Breno Altman no programa 20 MINUTOS desta quarta-feira (21/09).

A missão não se encerra no processo eleitoral, complementa, definindo as ruas como centro de gravidade da atuação da UP, inclusive para garantir que o presidente eleito tome posse.

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Nutrindo a meta adicional de se tornar o primeiro presidente negro da história do Brasil, ele elenca cinco prioridades para um eventual governo liderado por um marxista negro, morador de ocupação urbana na periferia e ativista da luta por moradia: revogação do teto de gastos e das reformas trabalhista e da previdência; congelamento do preço dos alimentos; anistia das dívidas das famílias pobres e aumento de 100% no salário mínimo; criação de frentes emergenciais de trabalho a partir da área de saneamento; e suspensão do pagamento da dívida pública brasileira. 

Nascido em Belo Horizonte e militante do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Péricles explica que a UP nasceu a partir de movimentos pré-existentes, além de ativistas egressos de outros partidos de esquerda ou sem partido anterior. 

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“Somos filhos das Jornadas de Junho de 2013, um momento importantíssimo em que todas as classes sociais se manifestaram, inclusive a periferia, os trabalhadores e setores da esquerda que começavam ali um processo de renovação”, recorda. 

A Unidade Popular afirma trabalhar pela rearticulação do campo progressista e não pelo polo da conciliação, mas do enfrentamento popular e revolucionário. "Isso é necessário e extremamente possível, até porque se não for podemos parar de falar de socialismo e mudanças profundas”, argumenta. 

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Luta contra o fascismo

Para o candidato, o maior vetor de mortes por covid-19 não foi o coronavírus, mas o governo de Bolsonaro, político caracterizado como fascista pela UP desde 2018. 

Essa afirmação, segundo Péricles, foi uma das grandes lutas políticas do partido fundado em 2016 e registrado oficialmente em 2019, enquanto outros setores dentro da própria esquerda diziam que não era fascismo: “Bolsonaro não começou hoje, mas há muito tempo, ligado aos grupos de extermínio, ao que se tornou milícia, à turma da linha dura da ditadura que ele fica homenageando, como Brilhante Ustra, que torturava até criança”.

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De acordo com ele, a rearticulação das esquerdas será fundamental para conter o dique fascista para além do contexto eleitoral. “Como o fascismo não consegue ter a maioria da população, passa a ter uma minoria muito articulada e organizada, que vale mais que uma maioria desorganizada. Várias organizações que têm peso no campo da esquerda tiraram o time das ruas literalmente e apostaram no sangramento espontâneo de Bolsonaro, um erro gravíssimo”, critica.

Entre os problemas estruturais que precisam ser atacados pelo Brasil, o candidato da UP prioriza a estrutura escravocrata, jamais alterada na história do país. “A classe dominante brasileira é racista e escravocrata, a base dela é essa. A luta racial é central, inclusive porque a maioria da classe trabalhadora brasileira é negra”, declara, rejeitando o termo “identitário" para caracterizar essa luta. 

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Só o horizonte socialista pode dar conta de enfrentar essa chaga, pela ruptura da dependência histórica do Brasil: “o racismo, assim como o fascismo, o patriarcado e o machismo, é fruto do sistema capitalista. Só ser antirracista é pouco, precisamos lutar contra a raiz do racismo”. 

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