Laura Sabino: 'não podemos ter medo, já tivemos medo demais'

Para militante marxista, esquerda não pode abrir mão do vermelho, e direita deslegitimará as urnas qualquer que seja o resultado da eleição; veja vídeo na íntegra

Laura Sabino
Laura Sabino (Foto: Arquivo Pessoal)


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Por Pedro Alexandre Sanches, do Opera Mundi - A jovem militante marxista Laura Sabino nasceu no município de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), num contexto de grande desigualdade social, mas também de intensa formação política, nos acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e em proximidade com outras organizações sociais. 

Entrevistada por Breno Altman no programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (20/10), a estudante de história e produtora de conteúdo digital milita intensamente pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contra a campanha de instalação de pânico moral por parte da direita. 

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“Não podemos ter medo, já tivemos medo demais”, afirma, defendendo que a militância de esquerda saia de vermelho às ruas até o dia do segundo turno. “Temos uma dívida com as gerações anteriores, que foram para as ruas contra a ditadura militar e deram a vida para hoje a gente vestir livremente a roupa vermelha. Não abro mão dos meus símbolos", disse.

Sabino cresceu durante os governos petistas, sofreu um “desvio liberal” na adolescência e encontrou no marxismo os contrapontos para a combinação indissociável entre capitalismo e fome. 

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Pós-petista sem agressividade, desfiliou-se do partido em que seu pai milita e sonha com soluções mais duradouras contra os horrores capitalistas: “a socialdemocracia não garante que vamos construir um mundo onde ninguém mais vai morrer de fome. A fome é inerente ao sistema capitalista, e o marxismo dá uma resposta a isso. Minha geração não viu a queda do Muro de Berlim, mas viu o fracasso do capitalismo”.

Contra a noção conformista de que é possível melhorar o capitalismo, mas não solucionar suas mazelas, aponta por trás dessa suposição os limites da própria democracia garantidora de direitos humanos, mas não para todos.

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Na fase de desvio ideológico, quando o tema da política começou a ter grande popularidade na escola pública em que estudava, Sabino percebeu os marxistas como arrogantes, aproximou-se do feminismo liberal e leu vários best-sellers da direita. 

“Com esses livros entendi que a direita se propõe a conversar com gente da minha idade. Através de livros simples e vídeos fajutos, dá explicações simplistas para problemas extremamente complexos. Minha divergência é com as respostas que dão, mas os temas da direita dialogam mais com a população que os temas que a esquerda debatia quando eu tinha 15 anos”, conclui.

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Papel político

Sabino afirma que, pós-radicalizada, mantém a admiração pela ex-presidente petista Dilma Rousseff, com quem aprendeu que a história não cobra nem pune ninguém: “se a história fosse juiz, não teríamos tido o impeachment. A história não vai cobrar, quem vai cobrar o golpe somos nós, quem vai punir Bolsonaro somos nós, em vida”. 

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Atribui à existência de Dilma a possiblidade que tem de emitir opiniões, e reage à ideia de que ela sofreu impeachment por ser mulher. “Se fosse uma Margaret Thatcher, não teria sido derrubada", afirmou.

Militante virtual ativa no canal de YouTube, a estudante de história procura se desvencilhar do rótulo de influenciadora digital, que pressupõe a passividade de seu público consumidor. 

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“As coisas são construídas no atrito, na divergência e no choque das ideias. Não sou influenciadora, produzo conteúdo marxista para a internet, cumpro um papel de divulgadora e difusora socialista. Com o nome influenciadora, somem nosso papel político e nossa autonomia”, conclui.

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