Governar não é como fazer um miojo, diz ativista Karina Santos

Sobre os atos terroristas do 8 de janeiro e a criação investigações da CPMI do Golpe, Karina repudiou a tentativa da oposição de culpar o governo do presidente Lula



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Por Sara Goes (247) - A ativista social pernambucana Karina Santos brinca com a célebre frase de Ariano Suassuna: "costumo dizer que não troco meu oxente pelo ok de seu ninguém". Ela concedeu uma entrevista à TV 247 em que falou sobre uma ampla gama de desafios do governo Lula, entre eles a CPMI do Golpe, a reforma agrária e a reconstrução do País, bem como os ataques pessoais que vem sofrendo. 

Atuante desde os 17 anos, a estudante de pedagogia coleciona seguidores e desafetos no ambiente virtual, e explica: “A minha preocupação é que tem um lado do Brasil que não consegue entender a realidade. Como uma boa nordestina eu não tenho como trabalhar política sem deboche. O meu conteúdo é um conteúdo político com muito deboche, com muita ironia, metáfora.”

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Embora atritos sejam característicos da comunicação excessivamente sintética das redes sociais, Karina é vítima de ataques que ultrapassaram os limites das redes. “A extrema direita não tem projeto político para discutir então ela tenta trabalhar com essa forma de intimidação, de anulação, de aniquilação da existência do outro”, dissse a ativista. 

"Não é incomum também que os ataques sejam motivados pela xenofobia contra nordestinos, classificada pelo Supremo Tribunal Federal desde novembro de 2022 como racismo em virtude do crescente número de ataques após as eleições de 2018 e 2022", disse ela, aludindo ao período em que a região Nordeste registrou a maior parte dos votos proporcionais ao Partido os Trabalhadores. 

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“As pessoas deixaram de votar num professor para voltar em um miliciano. Enquanto o Lula estava defendendo mais bibliotecas para os alunos estudarem, para as crianças terem acesso ao livro, Bolsonaro estava defendendo o Clube de Tiro. O Brasil deve muito ao Nordeste.”

8 de Janeiro

Sobre os atos terroristas do 8 de janeiro e a criação investigações da CPMI do Golpe, Karina repudiou a tentativa da oposição de culpar o governo do presidente Lula: “Vale salientar que o fascismo à moda brasileira, que é o bolsonarismo, gosta de trabalhar com narrativas que são falsas, inverídicas; e você querer trazer a vítima como se fosse cúmplice. Tem que deixar claro aqui que o Lula é um democrata.  O Lula sempre defendeu as 4 linhas da Constituição. Ele exerceu 3 mandatos por meio das vias democráticas". 

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Ela acredita que o apoio governamental à CPMI do Golpe é uma forma de marcar posição a favor do esclarecimento dos fatos daquele dia, mas lembra que a competência de investigação não cabe aos parlamentares. “O STF já está fazendo isso. A gente tá esperando 2 votações. já temos 8, mas o Congresso Nacional gosta de lacrar e se eles gostam, a gente tá preparado pra mostrar quem são os verdadeiros criminosos que atentaram contra a democracia", diz. 

Governar não é fazer miojo

Sobre as recentes ocupações do Movimento Sem Terra que compõem a Jornada Nacional de Luta, Karina afirma que o direito de manifestação deve ser preservado.

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A ativista lembra que, historicamente, a conquista de direitos é feita através de lutas árduas. No entanto, a dificuldade gerada pela oposição bolsonarista que tenta travar pautas fundamentais para reconstrução do país gera uma preocupação imediata com a continuidade da gestão de Lula, avalia.  “É importante porque o MST ocupa uma função que o Estado não faz, que é fiscalizar terras improdutivas, Só que a conjuntura de hoje é uma tentativa de impeachment do presidente eleito. Se houver o impeachment do presidente Lula não vai ter reforma do Ensino Médio, não vai ter Reforma Agrária.”

Sobre as políticas públicas de ascensão social ,Karina, que já participou de entregas do programa Minha Casa, Minha Vida enquanto estudava Engenharia Civil na Universidade Federal de Pernambuco, se emocionou: “Eu reconheço as políticas públicas do PT que fizeram uma revolução social no país. Eu sou cria dessas políticas públicas.”

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Ativista social por quase metade de sua vida, aos 30 anos Karina Santos reflete sobre os anos em que assistiu a grandes transformações sociais na região Nordeste seguidas de uma deterioração dos direitos e da democracia. “A gente olha para o passado da gente para entender o nosso presente. Se a gente se encontra nessa situação do presente lamentável que a gente vivencia hoje no Brasil, isso foi fruto de um discurso que foi alimentado pela extrema direita, a manutenção do pensamento eugenista de trabalhar a política como se fosse dualismo,uma disputa entre bem e o mau.”

Sobre a difícil tarefa de reconstrução do País, Karina é otimista: “Eu acho que a gente estava diante de um governo fascista que não era compromissado com a classe trabalhadora e que agora a gente vê em Lula uma figura diplomática, civilizada, que é compromissada com a classe trabalhadora e da escuta. Muita gente fica cobrando muita coisa e o ato de governar não é fazer um miojo. O Estado tem suas burocracias então a gente vai andando conforme a música. Um passo de cada vez, como já dizia Lênin.”

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