Gilvânia Ferreira: MST quer ocupar espaços institucionais na luta por reforma agrária

'Nós podemos nos representar', afirma pré-candidata a deputada federal do movimento, que lançará 15 nomes para legislativo

Gilvânia Ferreira
Gilvânia Ferreira (Foto: Hannah Letícia)


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Opera Mundi - Militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Maranhão, a líder camponesa paraibana Gilvânia Ferreira falou ao programa 20 MINUTOS desta quarta-feira (27/07), com o jornalista Breno Altman, sobre a constituição de uma frente eleitoral pela organização, com o objetivo de levar a luta agrária popular a Brasília e à política institucional. 

“Nós devemos ocupar todos os espaços. Vamos falar por nós. Podemos nos representar”, afirmou, refutando a hipótese de que as 15 candidaturas propostas pelo MST (14 delas pelo Partido dos Trabalhadores) signifiquem uma institucionalização do movimento.

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Pré-candidata a deputada federal pelo Maranhão, Ferreira diz que a frente eleitoral do movimento é um passo importante, já que é no Congresso Nacional que se discutem políticas agrárias, agrícolas, de agricultura familiar e programas sociais. 

"É lá que iremos disputar ideias, narrativas e projetos de vida, porque o que está colocado hoje é um projeto de morte, ódio, violência, concentração de terra, riqueza e poder”, argumenta.

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Integrante do MST desde 1987, quando tinha 17 anos, a também professora militante da educação no campo atribui sua migração da luta concreta nos assentamentos para a política partidária a dois eventos fundantes. O primeiro com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. 

O segundo evento foi a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). A vigília, organizada pelo MST, se manteve por 580 dias, até a libertação do ex-presidente, em 2019. "Quando Lula saiu da prisão, tivemos diálogos em torno de candidaturas dos movimentos sociais, que foram quem esteve ali fazendo a luta em defesa da democracia”, ela documenta.

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Reforma agrária

Ferreira afirma que entre as prioridades do MST no Parlamento está a retomada do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desmobilizado pela gestão Jair Bolsonaro. 

“Esse fulano que não vou dizer o nome acabou com o Incra. Estamos há seis anos sem avançar nessa pauta. Então a primeira coisa é discutir qual órgão será revitalizado, reformulado, construído ou fundado para tratar a questão agrária”, diz. 

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Outros pontos prioritários de enfrentamento são o acesso da juventude camponesa à universidade e a saúde pública com qualidade para o campo e as periferias das grandes cidades.

Sem apontar críticas pontuais aos governos petistas em relação à reforma agrária, Ferreira menciona a grande dificuldade de negociação ou mesmo o rompimento do diálogo entre o movimento e governos anteriores e posteriores. “A concentração da terra e da riqueza é secular, precisamos de enfrentamentos de toda a sociedade brasileira. O MST não vai conseguir resolver a reforma agrária sozinho. A cidade tem que estar com a gente, para que possamos produzir no campo para alimentar a cidade. A aliança cidade-campo é necessária e urgente”, defende.

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A pré-candidata lembra que o Maranhão não possui nenhuma mulher na Câmara Federal e que ela é a única mulher do MST na disputa pelo cargo de deputada: “a maioria dos deputados em Brasília é de homens brancos com muito dinheiro. Só temos três deputados aqui do Maranhão que votam na pauta dos trabalhadores”. 

Como uma parte do estado compõe a Amazônia Legal, Ferreira inclui comunidades ribeirinhas extrativistas, indígenas e quilombolas no território de ação e ocupação das candidaturas coletivas do MST. A essas, somam-se outros territórios, imateriais, a serem ocupados, entre eles luta feminina, juventude, cultura, periferias e LGBTQIA+.

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