“Eu não acredito em intolerância religiosa, isso é racismo e ódio religioso”, diz Mãe Márcia de Ogum sobre Michelle Bolsonaro
Liderança do Candomblé desmonta o preconceito em mensagens da primeira-dama: “candomblecista não é macumbeiro, nem feiticeiro”
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247 - “Atitudes como a desta senhora são racismo e ódio religioso. E no caso dela [Michelle Bolsonaro] vem maquiado de desespero, porque sabe que o único candidato que conseguirá e vai derrubar o esposo dela [Bolsonaro] de onde está (equivocadamente) é o nosso candidato Lula”. Foi assim que a yalorixá Mãe Márcia de Ogum, presidente do Conselho de Política Cultural de Salvador, definiu, em entrevista à TV 247, o gesto da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que publicou um vídeo de ódio contra o ex-presidente Lula e as religiões de matriz africana.
Segundo mãe Márcia, a mensagem passada por Michelle é carregada de preconceitos e falta de conhecimento dos significados das religiões africanas que, maldosa e equivocadamente, são citadas como “feitiçaria”.
“Essa senhora ou qualquer outra pessoa que queira de certa forma agredir a imagem do ex-presidente Lula o colocando como um feiticeiro deve entender que no candomblé não se faz feitiço. E a palavra macumbeiro é equivocada. Macumba é um instrumento de percussão. Nós não somos macumbeiros. Somos candomblecistas”.
A yalorixá afirmou que Bolsonaro, que diz defender os “terrivelmente evangélicos”, na verdade ofende os evangélicos. “Esse senhor [Bolsonaro], que está de forma equivocada sentado na Presidência, ele diz a todo momento defender os evangélicos, mas na verdade ele está ofendendo os evangélicos. Ele é um grande disseminador dessa cultura de ódio e de falta de respeito que se instalou em nosso país”.
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Mãe Márcia finaliza exaltando o compromisso de Lula com as religiões. “O ex-presidente Lula, sensível e sensato, não vai ter religião. É justamente no governo dele que a gente traz a situação do nosso país ser um Estado laico, mas esta laicidade, de seis anos para cá, sobretudo nos últimos quatros anos [do governo Bolsonaro], tem sido difícil de ser obedecida e respeitada, mesmo constando na nossa Carta Magna que é a Constituição.”
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