Estratégia da campanha de Lula de entrar na disputa religiosa pode ser ineficaz, diz Breno Altman

Na TV 247, Altman explicou que a estratégia que funciona para Bolsonaro pode não funcionar para Lula

Breno Altman | Lula e Bolsonaro em debate na Band
Breno Altman | Lula e Bolsonaro em debate na Band (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247 | Reprodução/Band)


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247 - O jornalista Breno Altman, em participação na TV 247, criticou a estratégia que vem sendo adotada por parte da campanha do ex-presidente Lula (PT) e de sua militância de entrar na disputa religiosa contra Jair Bolsonaro (PL).

Altman traçou um perfil do eleitorado que pode migrar para Lula no segundo turno para mostrar que a estratégia que funciona para Bolsonaro pode não funcionar para o petista. “Quem é o eleitor que poderá dar a vitória para o Lula no dia 30? Onde está esse eleitor? Se nós olharmos o que foram as eleições no primeiro turno e se olharmos as pesquisas pós-primeiro turno, esse eleitor é um eleitor [que recebe] entre dois e dez salários mínimos, do Sudeste, especialmente de São Paulo, Minas [Gerais] e Rio [de Janeiro], e do Rio Grande do Sul. É, portanto, um eleitor mais escolarizado e informado. São as frações das camadas médias que estavam no voto nulo, no voto em branco, na [Simone] Tebet, no Ciro [Gomes] e nas últimas 24 horas de campanha fizeram voto útil no Bolsonaro contra o Lula. É um setor antipetista e anti-Lula, que provavelmente votou no Bolsonaro em 2018 mas ao longo do governo Bolsonaro se descolou e buscou uma saída ‘nem-nem’. Diante da possibilidade do Lula ganhar a eleição já no primeiro turno, esse grupo de eleitores votou no Bolsonaro. Esse grupo é a franja mole do voto do Bolsonaro. Mais do que isso: esse grupo continua tendo um pedaço que não votou no Bolsonaro e que continuou votando na Tebet, no Ciro, que não votou, enfim… É dali que saem os dois ou três pontos que o Lula precisa”.

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Apresentados os dados, Altman questiona: “nesse grupo, travar essa disputa baseada em pautas de ‘costumes’ - não se trata de costumes, se trata de direitos civis - em torno da pauta religiosa e em torno das fake news, qual a eficácia junto a esse setor? Não vai provocar o oposto? Não vai fazer com que esse setor, da onde precisam ser atraídos dois, três pontos, fique em uma situação de crítica à própria campanha do Lula exatamente porque fica parecendo que está adotando métodos semelhantes [aos de Bolsonaro]?”

O jornalista esclareceu que não se refere a “uma contraposição ao conservadorismo religioso, ao fundamentalismo religioso do Bolsonaro. Estamos falando na campanha Lula abraçar o fundamentalismo religioso para mostrar como o Bolsonaro é contraditório pelo seu fundamentalismo. Não estamos falando de uma campanha que resolveu defender determinados direitos civis, como a legalização do aborto, o casamento homoafetivo, ou temas como a legalização das drogas. Não estamos falando em uma campanha que abraça essa causa para se confrontar com o fundamentalismo religioso do Bolsonaro. Estamos falando de setores da campanha que começam a dizer ‘olha, o Bolsonaro não é tão evangélico assim, afinal de contas ele é amigo da maçonaria’”.

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“A mim, parece bumerangue. Vai naquele ímpeto danado e volta no mesmo ímpeto”, concluiu.

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