Erundina diz que Lula veio para enterrar bolsonarismo mas também para salvar o patrimônio nacional

A maior tarefa do presidente Lula consiste em cultivar os valores “socialistas” no marco do capitalismo, ponderou a deputada federal em entrevista à TV 247. Assista

Luiza Erundina
Luiza Erundina (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


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247 - A ex-prefeita de São Paulo e deputada federal, Luiza Erundina (Psol-SP), concedeu uma entrevista à TV 247 em que discorreu sobre o papel do presidente Lula em resgatar o país e cultivar o que chamou de valores “socialistas” na governança. 

“Lula veio exatamente para, além de derrotar o bolsonarismo e o próprio Bolsonaro, salvar o patrimônio nacional, que se alienou durante o governo do Bolsonaro e privatizou já grande parte do patrimônio do país e realmente reduziu, em grande medida, a importância das políticas públicas, sem o que não há desenvolvimento no país. O país é dependente dos investimentos do estado, além de ter uma atividade econômica importante exterior… isso quando tem um governo orientado a essa política, de estimular, de desenvolver, de planejar e cumprir uma política que abra o país para o exterior mas que preserve as suas origens, as suas raízes, a sua vocação econômica, seus princípios e valores que construíram essa nação. Espero que o Lula recorra a todas as experiências do PT e da esquerda no sentido de perceber que governar o estado nos marcos do capitalismo não nos leva evidentemente a instalar o socialismo, mas antecipa os valores socialistas que devem orientar a ação político-administrativa de alguém que tenha alguma inspiração de de fato construir a democracia em nosso país, uma democracia radical, uma democratização das decisões estratégicas, uma democratização que divide o poder com o originário do poder, que é o povo. Nós não somos originários do poder. Nós que somos mandatários de mandatos populares, concedidos em eleições livres e democráticas, nos conferem um poder que não é nosso. É um poder do cidadão e da cidadã, e consequentemente nós somos devedores desse mandato a quem nos concede, no sentido de dividir com ele esse poder, de consultá-lo nas questões importantes, se submeter a um controle popular, sem o que nós estamos não conseguindo os meios que são necessários para que a democracia se realize nos marcos de um estado que começa a se transformar. Uma política democrática de governo é um meio pedagógico, um meio de despertar a cidadania para o pleno exercício da cidadania, o que supõe a democracia. Por tudo isso, o governo Lula será uma primavera em que a gente possa consolidar aquilo que já foi iniciado nos governos anteriores do próprio Lula e da Dilma Rousseff, e que a gente pode dar continuidade em outros marcos, porque estamos em outro tempo. Estamos num outro momento de uma sociedade que passou pela pandemia, toda essa crise econômica, que está a abater a economia das sociedades, o crescimento não existe mais, ou está perdendo força, o desemprego cresce, a melhoria da qualidade do salário também não existe. A construção de um governo democrático e popular para além dos métodos das gestões, de consultar a sociedade sobre as decisões estratégicas do governo, supõe a divisão dos bens, uma economia solidária, uma gestão capaz de ouvir o cidadão, que é aquele que também gera riqueza, aquela que gera as condições de vida plena do cidadão. Sem isso, não há uma sociedade justa, democrática, e que forma cidadãos e cidadãs no sentido de torná-los plenos em sua condição humana”.

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Na entrevista ex prefeita, eleita para sétimo mandato na Câmara dos Deputados, comemorou o fato de o Tribunal de Contas ter finalmente aprovado as contas da administração dela na Prefeitura, com 31 anos de atraso. 

Veja: 

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