Elias Jabbour: EUA tomaram as reservas da Rússia “na mão grande”

“Isso é o que eu chamo de crime vil”, diz o economista e pesquisador da economia chinesa. Para ele, a Rússia já aceitou o fato de que vai se tornar mais dependente do país asiático

(Foto: Divulgação | Reuters)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O economista Elias Jabbour, em entrevista à TV 247, avaliou os impactos práticos das diversas sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia, por conta de sua ação militar na Ucrânia. 

A hegemonia estadunidense no sistema financeiro internacional permitiu a aplicação das sanções em diversas frentes, analisou Jabbour. 

continua após o anúncio

"Quando você anula um país do SWIFT, esse país não pode fazer mais nenhuma operação em dólar, que não podem ser aceitos em lugar nenhum", disse.

"Os dólares foram congelados. As autoridades russas não têm acesso a esse dinheiro. É tomar na mão grande mesmo, o que chamo de um crime vil, crime de guerra letal. Os americanos têm uma poderosa vantagem competitiva no mundo porque eles são os donos do principal meio de pagamento internacional e a moeda de referência", disse.

continua após o anúncio

"Isso leva a uma crise cambial, uma desvalorização massiva da moeda russa", ponderou. 

Ele avalia que, no curto-prazo, a capacidade de importação russa será reduzida. Por outro lado, o país euro-asiático vem ampliando seu portfólio de reservas, e o alinhamento com a China é fator determinante para o futuro da economia russa. 

continua após o anúncio

Para o especialista em economia chinesa, a disciplina clássica "explica muito pouco nessas horas", e é preciso um entendimento de geopolítica para compreender os fatos.

Neutralidade da China é estratégica, um "aviso"

A China reforça a necessidade de reconhecer as exigências de garantias de segurança da Rússia, apesar de aparentes indicações de que a política externa chinesa teria adotado um tom menos amigável. 

continua após o anúncio

"Acredito que todo movimento internacional que o Putin e o Xi Jinping fazem são combinados. Está ficando mais claro isso, que existe uma quase unificação das políticas externas russa e chinesa", disse.

"Quando a China dá esse voto, ela está se colocando ao lado da Rússia automaticamente. Na diplomacia, uma vírgula muda muita coisa. Não tenho a menor dúvida de que a China está do lado da Rússia, e esse casamento vai durar muito tempo", disse, em referência ao voto pela abstenção chinês na resolução da Assembleia Geral da ONU que condena o que chama de "agressão" russa. 

continua após o anúncio

"O Putin já aceitou o fato de que a Rússia vai se tornar muito dependente do capital financeiro chinês. Porque o que o Ocidente quer oferecer para a Rússia é desmoralização, é tratar a Rússia como país de terceira categoria, como a Rússia foi tratada nos últimos 20 anos, é expandir as fronteiras da Otan, é armar neonazistas na Ucrânia, conforme o Oliver Stone comprova em seu documentário", prosseguiu. 

O economista criticou o tom monocórdico das análises ocidentais, que ignoram o "genocídio" das populações de etnia russa no Donbas por parte de grupos neonazistas que se infiltraram no Exército e no governo ucraniano. 

continua após o anúncio

"Pouca gente está colocando isso e ainda se usa da justificativa do presidente da Ucrânia ser judeu, para contrabalancear com o fato de que o governo namora com teses neonazistas e que tolera a existência de grupos neonazistas dentro do Exército", disse. 

"As populações da Rússia no Donbas estão passando por um genocídio por 8 anos. São atacadas diariamente há 8 anos por batalhões neonazistas. Diante desses fatos, é evidente essa aliança Rússia-China", completou. 

continua após o anúncio

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247