Edmilson Rodrigues: Belém será a primeira cidade brasileira livre de analfabetismo

Prefeito da capital paraense afirma acatar decisões partidárias, mas defende coalização em torno do ex-presidente Lula

Edmilson Rodrigues
Edmilson Rodrigues (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados)


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Opera Mundi - No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (30/05), Breno Altman conversou com Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém eleito pelo PSOL, que afirmou entregar até o final de seu terceiro mandato "a primeira cidade brasileira sem analfabetos”. 

Para alcançar tal meta, seu gestão lançou o Programa Paulo Freire, que incentiva mães analfabetas a se alfabetizarem sob a perspectiva da formação do pensamento crítico cidadão. “Estou convidando as mães: percam a vergonha. A gente tem que ter vergonha de ser corruptos, de violentar crianças, mas não de dizer que não sabe ler”, completou.

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Formado em arquitetura, mestre em planejamento e doutor em geografia humana, o prefeito descreveu o que define como as três prioridades de seu governo, segundo ele, todas já cumpridas: evitar mortes por covid, a limpeza de bueiros, canais e rios urbanos e ser a única capital brasileira com renda básica. 

Quanto ao coronavírus, afirmou que a cidade teve 5.196 mortes em decorrência da doença, não tendo atualmente nenhum paciente em leito clínico ou de UTI.

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Rodrigues enfrentou a covid-19 não apenas como prefeito, mas também como paciente, e comemora a aparente ausência de sequelas dos dois meses em que esteve fora de combate, entre outubro e novembro de 2021. "Quase morro. De cinco litros e meio de sangue, perdi cinco. Entrei em choque, já numa segunda internação. Contraditoriamente, amigos meus ficaram com sequelas, com esquecimentos, demência, e eu, que quase morro, não tenho nenhuma visível, pelo menos”, disse. 

Respondendo sobre a greve de trabalhadores da educação (exceto professores) que sua gestão na Prefeitura enfrenta há mais de 50 dias, afirmou que se trata de um “grupinho" de esquerda (inclusive do próprio PSOL) aliada aos bolsonaristas.

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“Por conta da pandemia, com as escolas paradas e as aulas online, nós não tínhamos como gastar os 25% para a educação. Se o único prefeito do PSOL no Brasil deixar de investir os 25% constitucionais na educação, 5.000 canalhas vão dizer: ‘se até Edmilson fez, por que eu tenho que aplicar 25%?’”, afirmou.

Sobre isso, citou o caso de trabalhadores do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Receita Federal, sem qualquer aumento concedido por Jair Bolsonaro: “e os servidores públicos federais vão fazer greve sabe quando? No ano que vem, no primeiro ano de Lula”. 

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Alianças para as eleições

Rodrigues defendeu a aliança em torno do petista no plano federal e, menos diretamente, a reeleição do governador emedebista do Pará, Helder Barbalho, numa coalizão já no primeiro turno da eleição local. Altman perguntou se não seria uma mudança demasiadamente forte para um partido que nasceu crítico às alianças promovidas pelo PT, e o prefeito respondeu que Belém, uma “cidade arrebentada”, não pode abrir mão dos convênios assinados com o governo estadual do MDB. 

Prosseguiu no argumento: “Isso pode chocar algum cara do PSOL, algum esquerdista, mas como é que se faz? Deixo de combater a fome?”. Para ilustrar, afirmou que negociou com o ministro da Saúde bolsonarista em razão da pandemia. “Não traí minha ideologia. Como autoridade municipal, converso com quem for necessário. Comício é uma coisa, governo é outra", disse o prefeito.

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Declarando admiração e amizade por Ciro Gomes, Rodrigues provocou o candidato do PDT à Presidência: “não me peçam para chamar Lula de bandido, porque ele já provou e conseguiu anular todos os processos que Sergio Moro e outros canalhas abriram contra ele. Não vou dar uma de Ciro e dizer ‘ele não é inocente’. Como? Se anularam todas as condenações ele é inocente”. 

Opositor da hidrelétrica de Belo Monte, o prefeito afirmou que Lula reconhece ter cometido erros na região e vem defendendo “com muita clareza" um novo projeto para a Amazônia. “Temos que ter um projeto de soberania nacional que não pode esconder a Amazônia. Não tem como manter aquele projeto que vai destruir a Bacia do Tapajós com 42 barragens, tudo para escoar commodities, particularmente soja. Não tem sentido.” 

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Por isso, citou o argumento do geógrafo Aziz Ab’Saber, na campanha de Lula em 1989, de que não seria necessário derrubar uma única árvore na Amazônia para garantir o desenvolvimento da região e do Brasil. Comentando sobre o atual presidente da República, por fim, desejou longa vida ao atual presidente: “Quero Bolsonaro saudável até os 100 anos, na cadeia, para pagar os males que tem feito ao povo brasileiro”.  

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