É absurda a entrega das Comunicações ao União Brasil, diz Paulo Moreira Leite

"Eu não acho que fosse necessário, em nome de uma coalizão nacional, entregar as comunicações para a direita", avaliou jornalista

Lula e Paulo Moreira Leite
Lula e Paulo Moreira Leite (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


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247 - Em participação na TV 247, o jornalista Paulo Moreira Leite criticou a decisão do presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de entregar o Ministério das Comunicações ao União Brasil.

"Não é uma polêmica, é uma decisão absurda. O Ministério das Comunicações foi criado pelo primeiro ditador de 1964, Castelo Branco, para monitorar, distribuir e controlar a mídia, e na medida que a mídia foi ganhanado poder, ele foi se ampliando e, hoje, a grande coisa que ele faz é controlar as concessões de canais de TV, que foi um grande instrumento do conservadorismo, do Carlismo", analisou o jornalista.

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>> Movimentos e profissionais da comunicação criticam Lula por entregar Comunicações ao União Brasil

Especulava-se que a pasta ficaria sob o comando do deputado Paulo Teixeira (PT-SP). No entanto, após negociações partidárias, ficou acordado que o União Brasil, partido que possui quadros de direita e até extrema-direita, teria o controle do Ministério.

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"É lamentável essa indicação, é um retrocesso, o governo Lula voltando à velha ordem, em que você entrega ao PFL da Bahia (antecessor do DEM, que viria a ser o União Brasil posteriormente), ou seja, a matriz do Carlismo, o controle da distribuição da comunicação brasileira. É lamentável", acrescentou.

Vale lembrar que o primeiro nome do União para o comando da pasta seria o deputado federal Paulo Azi (BA). No entanto, em meio ao cenário de pressão, Azi desistiu de assumir o cargo alegando que seria "mais útil ao Brasil e à Bahia" cumprindo o mandato na Câmara. Mesmo assim, a pasta permaneceu com o União, agora representado por Juscelino Filho (MA).

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"Eu não acho que fosse necessário, em nome de uma coalizão nacional, entregar as comunicações para a direita. Porque é isso que estão fazendo: entregando a máquina de comunicação para a direita. Não vamos ter ilusões, quando a gente entrega coisas para a direita, ela vai agir. Ela não está de brincadeira. Ela não vai ser amiguinha e nem boazinha, vai operar como sempre operou", opinou Paulo.

"Então agora o jogo político vai mudar, porque toda uma perspectiva de se democratizar a comunicação brasileira, democratizando concessões e canais e tudo aquilo que podemos pensar que importa, isso recua porque as pessoas não estão lá para brincar ou ser boazinhas, mas sim para fazer jogo duro", concluiu.

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