Cláudio Couto: criminalizar erro de pesquisa é um absurdo, é fascismo

Cientista político avalia, no entanto, que os institutos precisam discutir novas metodologias para se adaptar à sociedade digital

Cláudio Couto, Jair Bolsonaro e Lula
Cláudio Couto, Jair Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução | Reuters | Pixabay)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - Em entrevista à TV 247, o cientista político Cláudio Couto repudiou a tentativa do governo de Jair Bolsonaro (PL) de criminalizar o erro em pesquisas eleitorais. Segundo Couto, o erro não deveria ser o motivo da discussão, mas a metodologia aplicada por estes institutos.

“Errar não tem que ser posto entre as aspas. É aquela velha história: a pesquisa está mostrando aquele momento. Ela não é, exatamente, um preditor perfeito do que vai acontecer. Ela serve para prever a tendência. Pesquisas realizadas no dia anterior, na véspera, no mínimo, já deveriam detectar alguma tendência e não foram capazes de fazer isso”, pontuou. 

continua após o anúncio

Couto reconhece que existem problemas nas pesquisas, e as justificativas dadas pelos responsáveis pelos institutos são ainda mais problemáticas. A metodologia não acompanhou as mudanças na sociedade. 

“Eles deveriam começar a fazer uma revisão das formas de coleta dos dados, porque a sociedade muda e, muitas vezes, os instrumentos que poderiam ser tremendamente eficazes para produzir resultados mais efetivos em um dado momento podem ir perdendo essa eficácia ao longo do tempo. Mudamos de uma sociedade analógica para uma digital. Antes as pessoas eram abordadas na rua e agora elas são abordadas por telefone e, inclusive, pela internet”, afirmou.

continua após o anúncio

Couto destaca que uma das pesquisas de véspera que chegou mais perto do resultado que se verificou nas urnas foi a Atlas, feita inteiramente pela internet, método que ele acredita ser mais eficaz. 

“Talvez na situação que nós estejamos vivendo, as pesquisas de internet sejam mais eficazes, pois elas não precisam de contato pessoal e ao evitar esse contato elas geram um outro tipo de conduta em quem está respondendo em relação àquela pessoa que está sendo abordada por um pesquisador. Não tem nem o contato do telefone. Essas pesquisas já têm se mostrado um pouco mais efetivas em acertar o prognóstico”, concluiu.  

continua após o anúncio

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247