Camila Jara: esquerda e direita se enfrentarão em eventual governo de frente ampla de Lula

Deputada federal eleita pelo PT diz que Mato Grosso do Sul se divide entre agronegócio e 'ogronegócio', que abre porteira para boiada passar; veja vídeo na íntegra

Camila Jara
Camila Jara (Foto: Divulgação)


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Pedro Alexandre Sanches, do Opera Mundi - Deputada federal eleita pelo PT do Mato Grosso do Sul, Camila Jara se diz pronta para enfrentar um governo de disputa permanente entre as diversas correntes da frente ampla formada por Luiz Inácio Lula da Silva, em caso de sua vitória. 

Em entrevista a Breno Altman no programa 20 MINUTOS desta quarta-feira (26/10), a socióloga de 27 anos, que será a representante mais jovem do PT no próximo Parlamento, defendeu a unidade da esquerda no apoio a Lula em eventual terceiro mandato.

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“Espero que os parlamentares e todo o campo de esquerda entendam que neste momento precisamos unir forças e disputar os rumos do governo Lula. Não devemos nos ausentar dessa disputa e ir para a oposição, porque se a gente fizer isso alguém vai ocupar esse espaço", disse.

A presença de setores conservadores na aliança formada em torno de Lula e Geraldo Alckmin provocará disputas internas ao PT e à esquerda, assim como disputas externas com outros partidos da frente ampla. 

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“A gente precisa derrubar o teto de gastos para construir moradia, e vai ter lá dentro a galera do Henrique Meirelles (União Brasil). Vamos ter que disputar espaço com essa galera, e aí quem tiver mais gente na rua e mais apoio popular leva o debate”, avalia. 

Representante de um estado dominado pela agropecuária exportadora, Jara conta que os sul-matogrossenses costumam dividir o setor em agronegócio e “ogronegócio". “O ‘ogronegócio’ é aquele que destrói tudo, abre a porteira para a boiada passar, passa por cima de gente se estiver na frente. Infelizmente esse tem dominado a mentalidade, e somos o estado que mais perdeu superfície aquática e um dos que mais desmataram o cerrado", disse.

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A deputada eleita descreve o outro polo, minoritário: “é possível ter um diálogo com o agronegócio que pensa em tecnologia agregada, em remunerar dignamente os trabalhadores e entende que podemos produzir commodities para exportar, mas a valorização da agricultura familiar é primordial para equilibrar nossa balança comercial”. 

É preciso quebrar o paradigma de que investir na agricultura familiar significa marginalizar o agronegócio, afirma: “mentira, Lula não fez isso”.

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Jara se auto define feminista, social-democrata (num modelo latino-americano, e não europeu) e comprometida com as pautas dos direitos humanos, em especial dos povos originários.

Em termos nacionais, Jara busca integrar iniciativas de renovação do PT e critica o relativo afastamento do partido dos movimentos sociais: “temos que estar muito próximos da população, no dia a dia. Alguns quadros tradicionais nossos têm receio de ir para a rua, porque as pessoas vão nos confrontar, vão falar sobre pontos em que fomos incoerente”. 

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Um desses pontos é a demarcação insuficiente de terras indígenas durante os governos petistas. “A gente vai numa aldeia e os indígenas mais ligados a Bolsonaro nos questionam por não ter resolvido seus problemas mesmo depois de 13 anos de governo. Se não tivermos coragem de ir para as ruas, não vamos conseguir disputar imaginário para ter sustentação e base para fazer reformas”, arremata.

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