Breno Altman: para vencer, Lula precisa conquistar camadas médias do Sudeste e do Sul

Segundo jornalista, discurso do 'amor vencerá o ódio' não é suficiente para derrotar Bolsonaro, e petista deve dizer abertamente que super ricos pagarão o preço da crise

Breno Altman e Lula
Breno Altman e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


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Opera Mundi - No programa 20 MINUTOS desta segunda-feira (03/10), o jornalista Breno Altman analisou os resultados do primeiro turno das eleições de 2 de outubro, apontando que Luiz Inácio Lula da Silva precisará conquistar votos sobretudo nas camadas médias dos estados do Sudeste e do Rio Grande do Sul, onde os resultados eleitorais de Jair Bolsonaro excederam todas as previsões dos institutos de pesquisas. 

As posições programáticas de Lula devem ficar evidentes para os setores médios que se sentiram prejudicados pelos governos petistas. Beneficiando os muito pobres e poupando os muito ricos, as políticas dos governos petistas teriam se dado às custas dos impostos pagos pelas camadas médias, na compreensão dessas últimas.

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“É necessário que a campanha mostre concretamente que será um governo comprometido com a elevação do nível de vida das classes trabalhadoras e dos mais pobres, mas que fará isso sem colocar a mão nos bolsos das camadas médias”, afirma Altman, declarando que é necessário ficar claro que "são os ricos e os super ricos que pagarão por um programa que melhore a vida também das camadas médias, especialmente em saúde e educação".

O jornalista defende uma campanha de agitação permanente nas ruas, que incandesça a militância progressista para uma luta de vida ou morte contra o bolsonarismo. Para isso, não será adequada a manutenção do discurso adotado até aqui, de que “o amor vai vencer o ódio”.

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“Não é uma campanha de flores, poética, normal. Se levarmos a sério nossas próprias palavras, é uma campanha para enfrentar o neofascismo, e portanto exige que a militância seja colocada em pé de guerra pelo comando", disse.

Altman avalia que Lula obteve um ótimo resultado ao atingir 48,4% dos votos, conquistando seu melhor desempenho entre todas as participações em primeiros turnos de eleição presidencial. De modo geral, os institutos de pesquisa acertaram os percentuais obtidos pelo petista, mas subestimaram os votos obtidos pelo bolsonarismo.

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Tentando compreender os motivos desse deslocamento não captado pelas pesquisas, Altman observa que os pontos conquistados por Bolsonaro não vieram de Lula, mas dos votos brancos e nulos, que caíram de cerca de 10% nas últimas quatro eleições para 4,5% neste ano, e dos candidatos da chamada terceira via, cuja soma os institutos estimaram para 12% a 15% e nas urnas ficou em menos que 9%. Bolsonaro, portanto, conseguiu capturar um voto que teria sido nulo em branco e uma parte expressiva dos votos que inicialmente tendiam aos candidatos da terceira via. 

“Qual a característica dos quatro estados que permitiram a Bolsonaro avançar dos 36% previstos para os 43,2% na apuração? São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os mais desenvolvidos do país, os estados fundamentais do desenvolvimento do capitalismo brasileiro", disse.

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"É necessário enfrentar a realidade. Uma luta muito dura nos aguarda desde hoje. O programa de TV de Lula já aumentou o tom nas últimas semanas, foi para cima do bolsonarismo, e esse é o tom necessário no segundo turno, desde o primeiro momento. Um tom de guerra contra o bolsonarismo é essencial”, opina Altman, advertindo que buscar a moderação exigida pelos aliados mais conservadores pode ser um gravíssimo tiro no pé. 

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