“Boric se deslocou à direita entre o primeiro turno e a posse”, diz Breno Altman
Jornalista aponta para concessões feitas por Boric em setores estratégicos, que o distanciam da tradição anti-imperialista latino-americana. Assista na TV 247

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247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, destacou a importância da eleição de Gabriel Boric no Chile, “o primeiro presidente de esquerda desde a derrubada do Salvador Allende em 1973, quase meio século”. Contudo, ele apontou uma série de contradições no novo governo chileno, que concedeu postos estratégicos à direita.
Na própria campanha eleitoral, Boric já se distanciava do eleitorado propriamente de esquerda: “A coalizão do Boric tem um núcleo principal, que foi o apoio do Dignidad, que era a coalizão da frente ampla e do Partido Comunista. No segundo turno, se ampliou e concedeu muita força aos partidos que compunham a chamada Concertación, a coalizão de forças que comandou a transição da ditadura à democracia e manteve o modelo neoliberal e a Consituição de 1980”.
“O discurso de Boric foi bom. Foi um discurso de mudança forte. Na coalizão onde ele supostamente se apoia, existe um setor neoliberal importante, que é o Partido Socialista, o Partido pela Democracia, o Partido Liberal, que foram cúmplices do modelo construído pelo Pinochet”, disse. “Esses partidos são uma força de contenção. Eles ocupam lugares estratégicos, como o ministério da Fazenda e o ministério das Relações Exteriores, posições de relevo”.
A política externa defendida por Boric é, segundo Altman, uma ruptura da tradição anti-imperialista latino-americana:
“O Boric é relativamente, de esquerda para dentro, mas a política externa que ele costuma verbalizar não se integra à tradição anti-imperialista da esquerda latino-americana e chilena. O discurso de política externa do Boric é muito próximo ao Partido Democrata americano”.
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