"Bolsonaro pode ter o mesmo destino de Pinochet", diz Florestan Fernandes Júnior

Jornalista comentou articulação de parlamentares para criar o cargo de senador vitalício, assim como ocorreu no Chile

(Foto: ABR | Divulgação | Camilla Shaw)


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247 - O jornalista Florestan Fernandes Júnior, em participação na TV 247, criticou as articulações de parlamentares aliados ao governo Jair Bolsonaro para blindar ex-presidentes da República e evitar que sejam presos após deixarem o cargo. 

Uma das ideias avaliadas, segundo a GloboNews, é criar uma espécie de cargo de senador vitalício, o que asseguraria foro privilegiado e imunidade parlamentar aos ex-presidentes. O projeto ganhou força com o temor de Bolsonaro e seus familiares sobre a possibilidade de serem processados e presos em caso de derrota nas eleições.

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Florestan apontou que a ideia foi copiada do ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, que criou o cargo de senador vitalício para blindar-se dos diversos crimes cometidos ao longo de quase duas décadas. 

“O Pinochet foi o primeiro a utilizar esse cargo vitalício de senador para se proteger quando ele deixou a presidência do Chile. Ele deixou dentro de um esquema que foram obrigados a criar esse cargo vitalício para o Pinochet, um ditador contra quem pesava vários crimes contra a humanidade e desvio de dinheiro. O Pinochet, ‘blindadinho’, foi a Londres em 1998 e foi preso num processo que estava sendo movido na Espanha pelo Baltasar Garzón. Ele ficou detido em Londres a pedido da Justiça espanhola, e ainda esbravejou que não poderia ser preso. Em 2000, voltou para o Chile e a Corte de Apelações de Santiago aprovou a sua destituição como senador vitalício, e somente então o general pôde ser investigado e processado pela Justiça do seu país”, disse o jornalista. 

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Citando reportagem do jornalista Jamil Chade, do UOL, que mostra a pressão de entidades em Haia para acelerar a análise de denúncias contra Bolsonaro por crimes contra a humanidade, Florestan aconselhou Bolsonaro a não cometer o mesmo erro de seu “ídolo” chileno.

“ O Bolsonaro pode correr o mesmo destino que o seu ídolo, o Augusto Pinochet. Esse cargo vitalício para o Bolsonaro pode garantir a ele uma blindagem aqui no Brasil, mas ele vai ter que ficar quietinho aqui dentro porque se sair daqui ele vai ter que se ver com a Justiça Internacional”, disse. 

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