"Boa fé deve ser pressuposto nas recuperações judiciais", diz Carlos Henrique Abrão

Desembargador questiona concessão de benefício em caso de fraude, como no episódio das Americanas

Carlos Henrique Abrão e Americanas
Carlos Henrique Abrão e Americanas (Foto: Divulgação)


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247 – O desembargador Carlos Henrique Abrão, um dos pioneiros em recuperações judiciais no País, com atuação no caso Parmalat, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o benefício da recuperação judicial não deve ser concedido a empresas que se envolvem em fraudes contábeis, como é o caso das Americanas. "Recuperação diz respeito a empresa viável, com governança e sem fraude", diz ele. "Se o mau empresário fica à frente qual é a garantia de que as falcatruas não se repetirão?", questiona.

Abrão disse duvidar da hipótese de que os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira não tivessem conhecimento do que ocorria nas Americanas. "Os controladores não são empresários inexperientes. Obviamente, têm tirocínio e experiência para saber o que acontecia ali", afirma. "A manipulação aumenta muito o descrédito do pequeno investidor junto à bolsa", acrescenta.

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Abrão também anteviu a possibilidade de punições nos Estados Unidos. "A justiça americana tem uma compreensão mais rápida e eficiente. Lá, o crime de colarinho branco é punido com rigor e rapidamente. Até porque a impunidade pode gerar efeito manada de investidores", disse ele. "A boa fé empresarial deve ser pressuposto nas recuperações judiciais", finalizou.

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