André Roncaglia: “riqueza das nações requer articulação entre estado, mercado e sociedade civil”
Intelectualmente, o Paulo Guedes ainda está na década de 1960, diz o economista e professor da Unifesp, um dos expoentes do pensamento econômico desenvolvimentista nacional
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247 - Economista e professor da Unifesp, André Roncaglia é um dos expoentes do pensamento econômico desenvolvimentista nacional. Em entrevista ao programa Literatura & Pensamento Crítico desta semana, na TV 247, Roncaglia falou sobre os seus livros, sua produção intelectual, um novo projeto de desenvolvimentismo para o Brasil no século XXI e a tragédia conduzida pelo bolsonarismo na seara econômica.
“A riqueza invisível das nações, que é o conhecimento, requer a articulação, muito sofisticada, entre estado, mercado e sociedade civil. Basta olhar para o governo Bolsonaro para perceber como ele desarticula essas instâncias. O conhecimento só pode ser produzido de maneira integrada”, explica o professor, que é autor do livro Brasil, uma economia que não aprende e organizador da obra Bidenomics nos Trópicos.
“Na medida em que o governo Bolsonaro desarticula a atuação dos institutos federais de pesquisa e de ensino, das universidades federais, e principalmente do papel o Ministério da Ciência e Tecnologia faz com que a capacidade do Brasil de inovar fique, fortemente, debilitada”, ressalta Roncaglia.
Durante a conversa, que foi conduzida pelo jornalista Cesar Calejon, o economista salientou o anacronismo e a inépcia das propostas avançadas por Paulo Guedes, ministro da economia do bolsonarismo.
“O Guedes é da escola de Chicago (EUA) dos anos 1960. Intelectualmente, ele ainda está nessa época. A própria Universidade de Chicago já se transformou e pensa diferente. O (Milton) Friedman já foi derrubado, descaracterizado, refutado e o Paulo Guedes ainda está nesta ideia do estado mínimo, que é uma falácia”, diz.
Por fim, Roncaglia abordou quais serão as possíveis dificuldades e soluções que o novo governo deverá enfrentar na seara econômica, a partir de 2023, no sentido de iniciar o processo de reconstrução nacional após a selvageria que foi promovida pelo bolsonarismo.
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