Alceu Castilho defende MST e afirma que a história do Brasil "é a história da questão agrária"
Jornalista afirmou que o Agro brasileiro tem poder de "eleger e derrubar presidentes" e que é blindado pela mídia corporativa, que ajuda a demonizar movimentos sociais como o MST
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247 - O jornalista Alceu Castilho, do blog 'De Olho Nos Ruralistas', traçou um panorama histórico sobre as relações de poder envolvendo o Agronegócio brasileiro e a política, afirmando que tal setor tem o poder de "eleger e derrubar presidentes" e que é blindado pela mídia corporativa, que ajuda a demonizar movimentos sociais como o MST.
“A História do Brasil é a História da questão agrária, essencialmente. Há apenas poucas décadas que a maior parte da população brasileira se tornou urbana, na virada da década de 60 para 70, e é claro que ainda é um país com uma matriz agrária gigantesca, a começar pelo próprio gigantismo territorial. Temos aí todo o marketing do agronegócio em relação ao seu papel nas exportações e no PIB, um marketing superdimensionado inclusive, porque ele gera poucos empregos e isso se dá ao custo de muitas coisas, de destruições, violações de direitos e tudo”, declarou Alceu em entrevista à TV 247.
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O jornalista mencionou o envolvimento de setores do Agro em grandes eventos políticos brasileiros, tendo favorecido, na maioria dos casos, o lado da extrema direita: "e em meio a esses inúmeros aspectos da história da questão agrária no Brasil, podemos destacar uma face político-institucional do poder desses atores de eleger e derrubar presidentes. O golpe de 64 foi um golpe diretamente associado à reforma agrária e o golpe de 2016 teve um papel grande da Bancada Ruralista na deposição da Dilma Rousseff. E depois na manutenção do Michel Temer no poder. Além disso, eles foram decisivos para a eleição do Jair Bolsonaro, cujos discursos de extrema direita já vinham sendo praticados por eles há muito tempo".
Alceu também fez uma defesa do papel do MST, muitas vezes demonizado por ocupar latifúndios improdutivos, afirmando que na atualidade o movimento se dedica menos às ocupações e mais ao combate à fome com a produção de alimentos: “o MST tem várias estratégias e não apenas uma, e essa estratégia que estão combatendo agora é uma que está tão em voga no momento. O MST neste momento exato do Brasil está mais preocupado com a afirmação de sua identidade de produtor de alimentos saudáveis para matar a fome da população do que propriamente com a ocupação de terras, essa que chamam de invasão. Não que tenham abandonado as ocupações. Elas existem e são feitas em alguns contextos específicos e não da forma aleatória que a mídia corporativa tenta nos fazer crer". Assista à entrevista completa abaixo:
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