'A luta de Zé Celso no teatro não pode ser esquecida', afirma Marcelo Drummond, viúvo do dramaturgo
O diretor Marcelo Drummond relembrou, em entrevista à TV 247, a luta de Zé Celso e a resistência enfrentada pelo teatro inovador nos anos 1980
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247 - O diretor Marcelo Drummond, viúvo de José "Zé" Celso Martinez, concedeu uma entrevista tocante ao programa "Forças do Brasil", apresentado por Mário Vitor Santos, da TV 247. Durante a conversa, ele relembrou a importância do trabalho de Zé Celso nos anos 1980 e a luta enfrentada pelo dramaturgo para conseguir espaço e reconhecimento.
"O teatro (Oficina, em São Paulo) não era essa beleza, era um buraco. Quem viveu os anos 80 em São Paulo sabe. Procuro fazer com que as pessoas não esqueçam o que o Zé representava naquela época", afirmou Marcelo, falando diretamente do Teatro Oficina, que foi liderado por Zé Celso.
Segundo ele, Zé Celso enfrentou críticas e resistência por parte da sociedade, que não permitia que ele trabalhasse e o apelidava de "decano do ócio" por ter uma visão contrária ao teatro tradicional. Marcelo destacou que o apoio de Celso Furtado, então responsável pelo Ministério da Cultura, foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho de Zé Celso. >>> Editorial 247: Exemplo de Zé Celso Martinez Corrêa é desafio para a política cultural do país
"Quero recuperar as imagens e torná-las disponíveis ao público. Foram 13 anos da vida de Zé para fazer esse teatro, dos quais participei por 5 anos", disse Marcelo, referindo-se a seu acervo de fotos. Ele também relembrou momentos difíceis, marcados pela falta de recursos financeiros: "Era tudo muito pobre, uma fase sem grana, miséria mesmo".
No entanto, Marcelo ressaltou a importância da obra de Zé Celso e a necessidade de preservar sua memória e legado. Ele vivenciou quase 40 anos ao lado de Zé Celso, até que um incêndio mudou completamente essa história. Ele emocionadamente relatou que a última vez que viu Zé foi quando os bombeiros o colocaram em uma cadeira de rodas. Assista:
Ícone das artes cênicas brasileiras, o dramaturgo Zé Celso Martínez faleceu na manhã da última quinta-feira (6) em São Paulo. Seu estado de saúde havia piorado na quarta-feira (5), quando ele desenvolveu quadro de insuficiência renal. Desde então, ele não conseguiu responder ao tratamento. Ele teve falência dos órgãos enquanto estava internado na UTI do Hospital das Clínicas. Zé Celso sofreu queimaduras devido a um incêndio em seu apartamento no bairro Paraíso, na Zona Sul de São Paulo. Teve 53% do corpo atingido por queimaduras. A morte de Zé Celso representa uma perda significativa para as artes cênicas do país. Seu trabalho inovador e sua luta incansável por um teatro mais autêntico e comprometido com a sociedade deixam um legado que continuará a inspirar gerações futuras.
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