Vitória de Lula é provável e seu governo não será revanchista, diz um dos economistas mais respeitados pelo mercado financeiro

"O ex-presidente conhece as vantagens de uma inflação baixa e da responsabilidade fiscal", afirma Nilson Teixeira, que foi economista-chefe do Credit Suisse

Nilson Teixeira e Lula
Nilson Teixeira e Lula (Foto: José Cruz/Agência Senado | Ricardo Stuckert)


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247 – "A vitória do ex-presidente Lula na eleição de outubro, em disputa polarizada com o presidente Bolsonaro, é provável. A chance é baixa de surgimento de uma candidatura única capaz de unir eleitores de perfil moderado e avessos aos dois candidatos. A rejeição a Bolsonaro, até por ser o postulante incumbente, recuará com o Auxílio Brasil", escreve o economista Nilson Teixeira, que já foi economista-chefe do Credit Suisse e hoje é sócio da Macro Capital, em sua coluna no Valor Econômico.

"O quadro pode se tornar ainda mais favorável para Lula, caso a sua campanha convença eleitores com perfil conservador sobre a adoção de uma plataforma sem extremismos. A possível participação do ex-governador Geraldo Alckmin, como vice-presidente na sua chapa, demonstra a vontade de Lula de compor alianças com o centro", prossegue o economista.

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"Um governo Lula defenderia uma plataforma moderada e direcionada às demandas dos mais pobres, em particular em educação, saúde e renda. O ex-presidente conhece as vantagens de uma inflação baixa e da responsabilidade fiscal. A autonomia do BC e o esperado recuo da inflação em 2022 ajudariam um governo PT, que não precisaria defender uma política monetária mais apertada nem um plano que, como em 2003, foque quase apenas nessa redução. Esse arcabouço permitiria a Lula concentrar esforços em agendas pró-crescimento - estímulos aos investimentos em infraestrutura e tecnologia, de melhoria da distribuição de renda e de criação de oportunidades para os trabalhadores informais", prevê o economista.

"As relações internacionais, bem como as políticas voltadas às minorias e de defesa do meio ambiente, melhorariam instantaneamente sob Lula. Não é certo, porém, que as ações implementadas seriam efetivas a ponto de mudar rapidamente o quadro desfavorável", diz ainda o economista. "Em suma, não seria difícil formar um governo com atuação mais efetiva do que o atual", conclui.

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