Vendas no varejo sobem 3,8% em janeiro ante dezembro, melhor resultado em mais de 20 anos, diz IBGE

Foi a maior variação para o mês desde o início da série histórica, em 2000

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


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Roberto de Lira, Infomoney - O volume de vendas do comércio varejista no Brasil subiu 3,8% em janeiro na comparação com dezembro, registrando a maior variação para o mês desde o início da série histórica, em 2000. Os dados com ajustes sazonais foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com janeiro de 2022, o crescimento foi de 2,6%, o sexto resultado positivo consecutivo neste índice. Já no indicador acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 1,3%.

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A alta mensal ficou acima do esperado pelo mercado, uma vez que o consenso Refinitiv projetava evolução de 3,2% na base mensal. A previsão na comparação anual era de uma alta de 1,4%.

Segundo o IBGE, o aumento mensal em janeiro também é o maior para qualquer mês desde julho de 2021, quando houve alta de 3,9%.

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Cristiano Santos, gerente da pesquisa, destacou que, mesmo reconhecendo que cada mês tem sua especificidade no setor, desde setembro (quando houve alta de 1,1%) o volume de vendas no varejo não registrava crescimento.

“É um resultado importante, porque o comércio vinha de resultados negativos ou estabilidade”, afirmou.

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O comércio varejista diminui a distância para o nível recorde da série (em outubro de 2021), que agora é de -2,9%.

Alta disseminada

A alta do mês foi disseminada, uma vez que sete das oito atividades pesquisadas demonstraram crescimento em janeiro.

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O destaque ficou para o setor de tecidos, vestuário e calçados, que cresceu 27,9% após quatro meses de queda. Outro grupo que influenciou no resultado do varejo nacional foi o de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de 2,3% após dois meses de diminuição no volume de vendas.

“Ambos os setores sinalizam uma recuperação em janeiro. Pelo resultado de dezembro, é possível considerar que movimentos como Black Friday e o Natal não foram positivos para as duas atividades. Com as quedas anteriores e a base de comparação mais baixa, houve um crescimento importante em janeiro, motivado principalmente por iniciativas pós-Natal”, explicou Santos em nota.

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Esta foi a primeira divulgação da nova série da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas da sociedade. São atualizações já previstas e implementadas periodicamente pelo IBGE.

O único setor que registrou queda nas vendas em janeiro foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,2%), que já vinha de trajetória de queda em dezembro (-0,5%).

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“Esse movimento foi muito influenciado por cosméticos e perfumaria, que seguem em queda e têm variações mais sensíveis, já que os artigos médicos e farmacêuticos costumam ter trajetória mais estável”, afirmou o pesquisador.

Novo varejo ampliado

O volume de vendas do comércio varejista ampliado teve variação de 0,2% em relação a dezembro de 2022 e de 0,5% ante janeiro de 2022.

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Esse índice, que já incluía os setores de veículos, motos, partes e peças e o de material de construção, ganhou na atualização da pesquisa o grupo de atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo.

Com o resultado de janeiro, o comércio varejista ampliado inverteu a trajetória de queda registrada nos últimos dois meses (-1,4% em novembro e -0,6% em dezembro de 2022).

O índice de janeiro faz com que o varejo nacional esteja 3,3% acima do patamar pré-pandemia (de fevereiro de 2020).

Mas Santos fez a ressalva que o índice não pode ser considerado alto, já que teve o período é de quase três anos. “E o comércio ainda tem mais atividades abaixo do patamar pré-pandemia. Ao todo, são seis, como é o caso do varejo ampliado, cujo volume de vendas está 1,3% menor que em fevereiro de 2020”, completou.

Comparação interanual

Na comparação de janeiro de 2023 com janeiro de 2022, a alta de 2,6% no volume de vendas incluiu seis das oito atividades pesquisadas, com destaque para combustíveis e lubrificantes (26,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (15,2%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,8%).

Apenas artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-7,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-6,5%) apresentaram taxa negativa no confronto interanual.

No comércio varejista ampliado, Veículos, motos, partes e peças cresceu 4,4% enquanto material de construção teve aumento de 1,1%. Apenas o atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda, de 0,9%.

Estados

Na análise regional da PMC, a passagem de dezembro de 2022 para janeiro de 2023 registrou alta no volume de vendas em 23 das 27 Unidades da Federação, com destaque para o Espírito Santo (8,8%), Tocantins (8,7%) e Roraima (7,4%).

Entre as quedas, as maiores influências foram de Mato Grosso (-1,7%), Amapá (-1,6%) e Paraíba (-1,7%).

No comércio varejista ampliado, houve aumento em 18 Unidades da Federação, com destaque para: Sergipe (8,7%), Espírito Santo (6,6%) e Roraima (6,4%). Tocantins (-4,8%), Mato Grosso (-4,2%) e Pará (-3,0%).

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