Vazamento do BC: vai sobrar para o motorista?

Na sexta, a CVM anunciou que investiga o uso de informao privilegiada na reunio do Copom de agosto; em seguida, s pressas, a Fazenda demitiu um motorista; tudo muito estranho...



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247 – O clima anda tenso no Ministério da Fazenda. Na verdade, muito, mas muito tenso. Nesta última sexta-feira, às pressas, o ministro interino Nelson Barbosa, braço direito de Guido Mantega, demitiu um motorista. A decisão foi tomada pouco depois do anúncio de que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu investigação para apurar se houve vazamento e uso de informação privilegiada na reunião do Comitê de Política Monetária de agosto, em que, contrariando todas as expectativas, o Banco Central, de Alexandre Tombini, cortou a taxa de juros Selic em meio ponto percentual (leia mais sobre o caso aqui). A demissão do motorista foi captada pela colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, em duas notas publicadas na edição de sábado do jornal, conforme abaixo:

VOLANTE

Nelson Barbosa, ministro interino da Fazenda, demitiu ontem um motorista da pasta “por revelar segredo do qual se apropriou em razão do cargo e por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública”, diz o “Diário Oficial”. Recomendou também que ele não volte ao serviço público.

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VOLANTE 2

Até a manhã de ontem o caso estava envolto em mistério: a assessoria do ministério não sabia detalhar os motivos da demissão. Pediu tempo para ter informações precisas sobre o episódio.

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A demissão do motorista do ministério da Fazenda está diretamente ligada à investigação aberta pela CVM para apurar quem vazou a informação sobre a queda dos juros e quem se beneficiou. O que se comenta, no mercado, é que dois bancos teriam sido os grandes beneficiários, lucrando muito com o uso da informação privilegiada. O primeiro seria um banco de investimentos tradicional; o segundo, o braço financeiro de um grande grupo industrial, que, por acaso, é também grande cliente do BNDES.

Ainda que a culpa seja atribuída a um motorista, que poderia ter ouvido uma conversa qualquer no carro, é improvável que essa mesma pessoa tenha tido capacidade de articular complexas operações financeiras com grandes banqueiros. Portanto, o cheiro é de que já se escolheu um bode expiatório para uma crise que se aproxima perigosamente do ministério da Fazenda.

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Mantega versus Palocci

O que também se comenta, no PT, é que este talvez seja mais um exemplo de fogo amigo no partido. Na crise que derrubou o ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, muitos enxergaram as digitais do seu rival da Fazenda, Guido Mantega. E Palocci caiu porque foi possível acessar dados do ministro na Receita Federal, que é subordinada à Fazenda. Além disso, Palocci foi fustigado com uma investigação do Coaf, órgão que investiga grandes movimentações financeiras, e que também é ligado ao ministério da Fazenda (leia mais aqui).

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Brasília, como dizíamos, parece ser pequena demais para Mantega e Palocci.

Teria chegado a hora do troco?

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