"Vamos trazer a Eletrobrás de volta", diz Rui Falcão, que assumirá a presidência da CCJ da Câmara

Deputado, que já presidiu o PT, elogia Lula por retomar empresa pública de semicondutores e defende convocação de Roberto Campos Neto para explicar "juros pornográficos"

Rui Falcão
Rui Falcão (Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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 247 - O deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que foi indicado por seu partido para presidir a Comissão de Constituição e Justiça a partir da próxima terça-feira, diz que o governo Lula deve recuperar o controle da Eletrobrás, estatal de energia que foi privatizada no governo Jair Bolsonaro, quando o banqueiro Paulo Guedes comandava a economia.

"Vamos trazer a Eletrobrás de volta", disse, em entrevista à TV 247. "O presidente Lula, eu tenho ouvido várias manifestações dele, que aparecem como se fossem manifestações isoladas. E eu tenho feito questão de dizer que o presidente Lula está certo, porque a privatização da Eletrobras foi um escândalo. Não entro nem nos aspectos morais, mas no prejuízo para a economia brasileira. Então, essa ideia de fazer um estudo e incumbir a Advocacia Geral da União de estudar uma possibilidade de rever essa privatização é uma excelente iniciativa", acrescentou.

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Para Rui Falcão, recuperar a Eletrobrás é medida necessária para o crescimento do País.

"Essa é uma das coisas que demonstram que o presidente Lula tem uma lucidez extraordinária. Ele está pensando no desenvolvimento da economia nacional. Nós não podemos nos conformar com o crescimento de 0,79% este ano, como as agências, esse pessoal aí do mercado, está prognosticando", afirmou ainda.

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Hoje, o governo federal detém 42 por cento das ações, mas seus votos da empresa correspondem a apenas 10%. "E para recomprar as ações, ele teria que pagar três vezes o valor da cotação da ação. Como é que você faz uma privatização desse tipo?", indagou.

Rui Falcão também falou sobre o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), empresa pública que o governo Bolsonaro estava tentando liquidar.

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"Tinham demitido 89 funcionários. Pessoal de alta competência. E na contramão da história. Todo mundo precisando de chip, semicondutores, uma crise mundial. E a gente acabando com uma fábrica de ponta, porque o Bolsonaro é contra o desenvolvimento do País. Então, em boa hora, o presidente Lula reabilita o grupo de trabalho para refazer essa fábrica. Vamos fabricar chip, semicondutor, para a indústria automobilística, celulares, para toda economia 4.0, e assim por diante. É uma das coisas boas que nós estamos fazendo", declarou.

Rui Falcão também defendeu a realização de uma audiência pública na Câmara dos Deputados com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que ele explique os juros elevados, que estão sendo muito criticados pelo presidente da República. "Por isso é que ele tem falado tanto desses juros imorais, juros pornográficos, que o presidente do Banco Central está cobrando. Por que senão você não vai conseguir fazer um crescimento de 2 pontos, 2 pontos 1, como vários países de economia semelhante à nossa estão prevendo para este ano. Então, tem que mudar a política do Banco Central. Autonomia não significa independência", comentou.

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A presidência da CCJ marca a volta do Partido dos Trabalhadores para um órgão importante da Câmara dos Deputados depois de 2015, quando Eduardo Cunha se elegeu presidente da Casa. Rui Falcão afirmou, no entanto, que, como presidente, evitará dar a sua opinião sobre temas em debate. 

Quando julgar necessário se manifestar sobre conteúdo de matérias em discussão, pretende deixar a presidência da sessão e ir para o microfone de deputado. Para ele, democracia exige equilíbrio e respeito. "Gritaria não leva a nada, só desgasta", afirmou.

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