Vale investe lá fora. A presidente vai gostar?
A mineradora brasileira destina US$ 9 bilhes para o exterior. Lula brigou com a empresa por causa disso. Dilma seguir o mesmo caminho?
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Nos dois últimos anos do governo Lula, Roger Agnelli, presidente da Vale, maior mineradora de ferro do mundo, balançou no cargo por pressão do governo federal. Um dos motivos seria o que o Planalto considerava os excessivos da empresa investimentos no exterior, em detrimento do mercado interno. Em certo momento, Agnelli acenou o lenço branco, anunciou a entrada da companhia em novos setores, como o de fertilizantes, e colocou em prática um novo plano de investimentos destinado às operações no Brasil. Agora, a Vale reafirma um plano de investimentos de US$ 9 bilhões no exterior até 2014, informou neste domingo o jornal "O Globo", citando fontes da companhia.
Trata-se de uma informação que transcende os limites econômicos, pois traz embutida uma pergunta fundamental: qual será o comportamento da presidente Dilma Rousseff diante desses planos? Ela seguirá a posição adotada por Lula ou dará um sinal de que não interferirá na vida da companhia? “A opinião (ou a ausência dela) indicará se estamos num governo que deixará a iniciativa privada mais livre ou não”, diz um analista de mercado. “O encaminhamento desse assunto por ela dirá se Roger Agnelli sofrerá menos pressão vinda de Brasília.”
Na opinião desse mesmo analista, o futuro de Agnelli não será decidido apenas por seus planos de investimento externo. A Vale, diz ele, possui uma força econômica tão grande e tornou-se um símbolo nacionalista tão forte que sempre será alvo da cobiça dos governantes. Ou seja, Agnelli sempre agirá debaixo dos olhos atentos dos políticos. O executivo possui, entretanto, alguns poderosos trunfos. Seu nome foi indicado pelo Bradesco e ele continua sendo um homem de extrema confiança do banco, que mantém um relacionamento próximo do governo, desde a ascensão de Lula à presidência.
Os planos de investimento da Vale no exterior beneficiarão Argentina, Peru, Canadá, Guiné, Zâmbia, Moçambique, Omã, Indonésia e Malásia. Na Argentina, a empresa pretende iniciar a exploração de uma mina de potássio, o que significará neste ano um investimento de US$ 1,2 bilhão. De acordo com O Globo, essa mina será um dos maiores projetos da Vale até 2014 e terá, em uma primeira etapa, a capacidade de produção de 2,4 bilhões de toneladas de potássio por ano.
No Peru, a Vale se propõe a ampliar sua produção de fosfato de Bayóvar, com um investimento cifrado em US$ 100 milhões e que deverá ser executado ainda neste ano. A Vale, uma das maiores empresas mineiras do mundo, fechou o ano passado com um lucro líquido recorde de US$ 17,264 bilhões, mais que o triplo do obtido em 2009 (US$ 5,349 bilhões). Além de ser a maior exportadora de ferro do mundo, a empresa também é uma grande produtora de outros metais e minerais, como alumínio, manganês, carvão, potássio, bauxita e fosfato.
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