Vale apaga todo o legado da era Agnelli

Novo presidente, Murilo Ferreira, manda vender os ativos na rea de petrleo e gs comprados por Roger Agnelli; na empresa, h tambm um desconforto com os U$S 500 milhes que o ex-presidente alega ter para investir em novos negcios

Vale apaga todo o legado da era Agnelli
Vale apaga todo o legado da era Agnelli (Foto: AGÊNCIA ESTADO)


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247 – O clima na Vale é de réveillon. Mas nada tão festivo. Na verdade, trata-se de corrigir supostos erros cometidos pela gestão no passado. Ano novo, vida nova. Esse tem sido o norte adotado pelo presidente da companhia, Murilo Ferreira, que substituiu Roger Agnelli na presidência da empresa. Ferreira já havia questionado as encomendas de US$ 2,3 bilhões que Agnelli fez para comprar navios na China. Agora, segundo uma nota publicada neste fim de semana na coluna Radar, da revista Veja, ele teria ordenado também a venda de todos os ativos comprados pela Vale na área de petróleo e gás natural – outra marca da gestão Agnelli. Ferreira quer a Vale concentrada no seu negócio principal, que é a mineração – e não apenas de minério de ferro.

Com Murilo Ferreira, a Vale parece estar se preparando para um 2012 mais conservador, com uma demanda mundial menor do que a deste ano. E seu estilo parece ser bem mais discreto do que o do antecessor. Às vésperas da crise mundial de 2008, Agnelli comandou uma operação financeira que poderia ter quebrado a Vale, quando a Vale tentou comprar a concorrente Xstrata por US$ 90 bilhões. A empresa brasileira havia se endividado para fazer a aquisição, mas houve um veto do Palácio do Planalto, mais precisamente da então ministra Dilma Rousseff. Meses depois, as bolsas derreteram e as ações da Xstrata viraram pó.

Na nova gestão, a recomendação é evitar superexposições na mídia e traços de megalomania. Também gera certo desconforto na Vale o fato de Agnelli estar anunciando a criação de uma nova empresa, que terá US$ 500 milhões para investir nos próximos anos, em mineração, logística e petróleo. Na Vale, Agnelli tinha um salário de, aproximadamente, R$ 16 milhões por ano. Na sua nova empresa, ele tem sócios e parece querer seguir os passos do bilionário Eike Batista, que também investe nessa trinca formada por petróleo, ferro e portos.

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Curiosamente, enquanto foi presidente da Vale, Agnelli encontrou em Eike um de seus grandes adversários. Eike chegou até a tentar comprar a Vale, numa manobra pilotada pelo banqueiro André Esteves, que acabou sendo rechaçada pelo Bradesco.

Agora, com Murilo Ferreira, a Vale parece estar empenhada em apagar o legado de Roger Agnelli.

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