Uma transação que assusta Brasília

Em novembro do ano passado, a Camargo Corra, de Vitor Hallack, vendeu sua participao na Itasa para a Petros por US$ 1,6 bilho. A Projeto, de Antonio Palocci, tem alguma coisa a ver com isso?



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247 – Na primeira entrevista de Antonio Palocci sobre seu súbito enriquecimento, uma das questões colocadas pelo jornalista Valdo Cruz, da Folha de S. Paulo, dizia respeito a uma operação gigantesca, fechada no apagar das luzes do governo Lula, que hoje assusta Brasília.

Trata-se da transferência de uma participação acionária 4,4% das ações da Itaúsa, que era da Camargo Corrêa, presidida por Vitor Hallack, e foi vendida ao fundo de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras.

“Sua consultoria participou da venda das ações da Camargo Corrêa no grupo Itaú ao fundo de pensão Petros?”, perguntou Valdo Cruz.

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“Pelos motivos que já apontei, não vou tratar dos nomes dos clientes, mas repito que dentre eles não estavam empresas, entidades ou órgãos públicos e que a Projeto nunca atuou na defesa ou intermediação de interesses privados perante o poder público”, respondeu Palocci.

Esta operação, de US$ 1,6 bilhão, foi fechada no dia 26 de novembro de 2011, depois que a Camargo não encontrou outros interessados. A empreiteira foi também a maior doadora de campanha, para todos os partidos, nas eleições de 2010.

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Leia, abaixo, uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo sobre a operação da Camargo Corrêa, publicada no dia da venda:

SÃO PAULO E RIO - O fundo de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras, fechou ontem a compra, por mais de US$ 1,6 bilhão, da participação que a Camargo Corrêa tem na Itaúsa, a holding que controla o Itaú Unibanco, a Itautec, a Duratex e a empresa química Elekeiroz. A operação envolve cerca de 11% do capital votante ou 4,4% do capital total.

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Como se trata de uma participação relevante, a operação precisará ser sacramentada num leilão na BM&FBovespa. A participação da Camargo Corrêa na Itaúsa só é menor que as das famílias controladoras da empresa. Isso significa que a Petros será sócia importante das famílias Setubal, Villela e Moreira Salles.

O lote, que estava há anos em poder da Camargo, foi colocado à venda há pouco mais de um ano. O grupo contratou para intermediar a operação o Banco Rothschild, que chegou a negociar com interessados do Brasil e do exterior, antes de fechar com a Petros. ?Com a própria Petros houve idas e vindas?, afirmou uma fonte que participou do negócio.

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Procurados ontem, a Petros, a Camargo e a Itaúsa não quiseram se manifestar oficialmente. Fontes ligadas à fundação, porém, disseram que a participação na Itaúsa se enquadra na estratégia da Petros de reduzir a concentração em papéis de renda fixa e aumentar os investimentos em renda variável. A Itaúsa controla quase R$ 670 bilhões em ativos. De janeiro a setembro deste ano, o patrimônio líquido alcançou R$ 64,3 bilhões e o lucro líquido foi de R$ 10,3 bilhões, com rentabilidade de 22,5% sobre o patrimônio líquido médio.

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