Trabalhar faz mal

Amarre a rede e relaxe (se tiver dinheiro sobrando); Ministrio da Sade no advertiu, mas mortes por doenas relacionadas ao trabalho cresceram de 1,95 milho, em 2003, para 2,02 milhes, em 2008



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Por Elieser Cesar_Bahia 247

Não se trata de preguiça, mas de uma interpretação livre do relatório "Tendências Mundiais e Desafios da Saúde e Segurança Ocupacionais", preparatório do XIX Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho e promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), encerrado nesta quinta-feira (15) em Istambul, na Turquia. O documento mostra que as mortes por doenças e por acidentes relacionados ao trabalho cresceram no mundo de 2,31 milhões, em 2003, para 2,34 milhões, em 2008. Segundo a Agência Repórter Brasil - ONG que combate o trabalho escravo - em média, foram registrados durante o período 6,3 mil óbitos diários ligados ao trabalho.

A Repórter Brasil informa que a quantidade de mortes decorrentes de doenças vinculadas ao trabalho saltou de 1,95 milhão, em 2003, para 2,02 milhões, em 2008. Além disso, foram mais de 300 mil mortes por acidente no trabalho. Segundo os estudos, as enfermidades que causaram mais óbitos, no período pesquisado, foram câncer (29%), doenças infecciosas (25%) e doenças circulatórias (21%).

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Conforme o relatório, mais de 900 mil pessoas morreram por exposição a substâncias perigosas no trabalho, índice bem superior aos 651 mil mortos pelo mesmo motivo, em 2003. Na divulgação do relatório, a Repórter Brasil informa que o número de trabalhadores afastados, por quatro ou mais dias, em decorrência de acidentes na empresa atingiu 317 milhões em 2008, o que representa uma média de cerca de 850 mil lesões diárias que exigem esse tipo de afastamento.

A agência revela que na maioria dos países um número grande de acidentes, fatalidades e doenças relacionadas ao local de trabalho não é reportado e nem registrado. Diz também que "existem provisões em nível internacional e em âmbito nacional para registrar e notificar acidentes e doenças: contudo, a subnotificação persiste como prática frequente em muitos países do mundo". Assim, os números globais estimados são considerados inferiores ao quadro real.

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Estudos complementares citados no relatório revelam que os migrantes tendem proporcionalmente a sofrer mais com as consequências. De acordo com a ONG, levantamento feito nos Estados Unidos revelou, por exemplo, que os trabalhadores de origem hispânica constituíam 15% da mão de obra da construção civil no ano de 2000, mas eram vítimas de 23,5% dos acidentes fatais.

Grupos vulneráveis - como migrantes e empregados do setor informal - devem continuar sendo considerados prioritários no que diz respeito a políticas públicas governamentais de conscientização e garantia de direitos, sinaliza o trabalho. Grandes empresas também podem dar suas contribuições, emenda, com ações voltadas para as suas respectivas cadeias produtivas.

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Evento na Turquia conta com mais de 100 países

O XIX Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho reuniu cerca de 3 mil autoridades executivas, especialistas, dirigentes de indústrias e sindicalistas provenientes de mais de 100 países. Foram discutidas as repercussões do que se estabeleceu na Declaração de Seul sobre Segurança e Saúde no Trabalho, firmada durante a Cúpula sobre Segurança e Saúde realizada no marco da edição anterior do mesmo evento, em junho de 2008.

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Os signatários da Declaração de Seul se comprometem a "tomar a iniciativa na promoção de uma cultura em matéria de segurança e saúde e a dar prioridade nas agendas nacionais à segurança e saúde no trabalho". O documento define ainda, pela primeira vez, que o direito a um ambiente seguro e saudável deveria ser reconhecido como um direito humano.

E então, existe luta de classes? Marx é página virada na história? A mais-valia é uma invenção do materialismo dialético? O trabalhador é peão? Pausa para reflexão. Com um adendo: recentemente, aqui, na Bahia, nove trabalhadores da construção civil morreram quando um elevador despencou de um canteiro de obras.

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