Tombini recomenda: poupem mais, comprem menos

Presidente do BC diz no Congresso que, em momentos de aperto monetrio, propcio postergar o consumo



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AE - Os tempos realmente são outros no governo federal. Se na gestão anterior, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva estimulava os brasileiros a consumirem mais, agora as autoridades brasilienses assumem um discurso mais conservador. Nesta quinta-feira o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, pediu para que os brasileiros poupassem mais e consumissem menos – tudo isso, é claro, numa linguagem cautelosa e com toques de economês, que caracteriza o presidente do BC. Durante audiência no Congresso, Tombini defendeu que, em momentos de aperto de política monetária, é mais “propício” para o consumidor poupar seu dinheiro e postergar o consumo. Ele enfatizou que a bancarização é fundamental para esse processo de acesso e ampliação da poupança. “Atualmente, 100% dos municípios brasileiros são atendidos com serviços bancários em alguma modalidade. Em 2002, eram 55,7 milhões e hoje são 90 milhões de contas”, comparou.

O presidente fez um paralelo também em relação ao número de clientes, que saltou de 87,6 milhões há nove anos para 161 milhões hoje. “Temos quase o dobro de clientes no sistema financeiro e, quanto mais pessoas tiverem acesso ao crédito e ao investimento, mais eficaz tende a ser nossa política monetária”, considerou.

Em relação ao câmbio, Tombini salientou que o Brasil continua adotando o regime flutuante e que as oscilações se dão por fundamentos e questões ligadas ao fluxo cambial. “Vou explorar o tema mais na frente como desafios de curto prazo”, disse. Ele voltou a falar sobre a acumulação de reservas, que hoje estão em US$ 328 bilhões. “É uma acumulação grande desde 2004 e foi um colchão de liquidez muito útil no período da crise”, enfatizou. O presidente do BC disse ainda que o câmbio flutuante funciona como estabilizador automático da Dívida Líquida do Setor Público.

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Meta de inflação

O presidente do BC destacou ainda, na audiência pública no Congresso Nacional, que o cumprimento da meta de inflação se dá no fim do ano. Em sua apresentação a deputados e senadores, Tombini defendeu o regime de metas de inflação, afirmando que ele tem funcionado bem no esforço de conter os preços e as expectativas inflacionárias.

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“Afora alguns períodos, em que a inflação escapa, o regime permite que o Banco Central consiga trazer a inflação de volta para um processo de convergência. Ao longo do tempo, o regime tem contribuído para estabilidade econômica”, disse o presidente da autoridade monetária. “O regime de metas tem servido bem ao País”, afirmou.

Ele destacou ainda que, apesar da alta recente da inflação e das expectativas mais elevadas do mercado para este e para o próximo ano, no longo prazo as previsões estão “cravadas” na atual meta, que é de 4,5%. Tombini disse ainda que, ao longo do tempo, o Brasil tem conseguido reduzir sua taxa real de juros.

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Reservas internacionais

Tombini destacou que as reservas internacionais registraram rentabilidade de 1,88% ao longo de 2010. O custo de carregamento líquido desses recursos, de acordo com Tombini, foi de 5,66%, o que aplicado ao saldo médio convertido em reais chegou a R$ 26,6 bilhões.

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O presidente do BC também comemorou, na audiência, o fato de o déficit em conta corrente do País estar se aproximando mais para um patamar de 2% do que para o de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele salientou que o déficit na conta corrente do Brasil fechou o ano passado em 2,3% do PIB e, em março deste ano, o porcentual segue inalterado.

"Havia expectativas de alargamento do déficit de conta corrente este ano, mas as revisões feitas têm sido de melhora da conta corrente", disse, acrescentando que a projeção inicial era de uma taxa de 3% para o curto prazo, acima do que vem sendo verificado. "Estamos caminhando mais para 2% do que para 3%”, disse, referindo-se ao déficit em conta corrente em relação ao PIB. Já o Investimento Estrangeiro Direto (IED) até março chegou a 2,8% do PIB, de acordo com o presidente do BC, meio ponto porcentual acima do déficit em conta corrente no período.

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Durante audiência na Comissão Mista do Orçamento, ele destacou também que a corrente de comércio supera os R$ 400 milhões e que as exportações têm evoluído na frente das importações. "Essa história se dá em meio a um país de regime de câmbio flutuante, reservas, moeda se apreciando", enumerou.

A despeito da força relativa da moeda brasileira e da fraqueza global do dólar, houve crescimento das vendas externas do País de 3,6% em quantidade no primeiro trimestre deste ano, na comparação com idêntico período do ano passado. Segundo Tombini, o crescimento foi capitaneado por produtos semimanufaturados e manufaturados. "O setor está dinâmico no País", concluiu.

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Inflação

O presidente do BC afirmou ainda que controlar a inflação é importante também para evitar uma elevação da dívida pública. Ele lembrou que parte importante da dívida interna é indexada à inflação e, por isso, conter os preços tem relevância para o controle do nível da dívida pública.

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