Tombini antevê más notícias e marca gol

Justificativa para o corte nos juros, ontem, foi o aperto da crise mundial; hoje, EUA rebaixaram previso de crescimento do PIB, sia e Europa revelaram produo industrial menor e o economista Nouriel Roubini disse que a recesso est perto de comear; BCs tero de agir; Tombini j comeou



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247 – Foi como se o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tivesse visto a situação pelo menos 24 horas antes de ela, efetivamente, ocorrer. Depois de guiar, ontem, o Copom para uma redução de meio ponto porcentual na taxa básica de juros da economia, ancorando a Selic em 12%, sob alegação de contribuir para o enfrentamento à deterioração da economia mundial, Tombini foi alvejado por críticas que, porém, se esboroaram frente a fatos novos. O primeiro deles foi a reação do mercado brasileiro à medida, com a Bolsa de Valores de São Paulo disparando. O Ibovespa fechou o dia com alta de 2,87%, aos 58.118 pontos, com o expressivo volume de R$ 9,5 bilhões em negócios. Além disso, na contra-mão de muitos analistas, diferentes dirigentes de entidades empresariais teceram elogios à medida do BC. “Isso soa como música para os nossos ouvidos”, disse o presidente da BM&GFBovespa, Edemir Pinto”.

Mas, a partir do meio da tarde de hoje, novos fatos econômicos registrados no mundo contribuíram para deixar claro que a medida do BC brasileiro para estimular a economia era mesmo a mais acertada. Nos Estados Unidos, o governo anunciou uma redução de 3,1% para 1,6% na sua projeção para o crescimento do PIB americano em 2011. Porta-voz da Casa Branca explicou que a nova previsão reflete a deterioração das condições econômicas nos últimos meses. Uma afirmaça totalmente de acordo com a justificativa de Tombini e seus diretores, na vésperas, para a baixa dos juros nacionais.

E não ficou só ai. Da Europa e da Ásia, números sobre atividade industrial na zona do Euro, em geral, e em países como Suécia, Reino Unido, Coréia do Sul e Taiwan, em particular, apontaram novas desacelerações. Esse quadro, de acordo com o economista-chefe da Markit Economics, Chris Williamson, ouvido pela agência Bloomberg, sinaliza “o fim da recuperação industrial”. Na avaliação dele, “há um risco crescente de que a zona do euro possa voltar à recessão no segundo semestre do ano”. No segundo trimestre deste ano, o PIB dos 17 países da área de moeda comum cresceu 0,2%, desacelerando-se frente à alta de 0,8% registrada no primeiro. “Os dados de hoje aumentam o espectro de outra recessão econômica global”, disse o economista-sênior do ING Carsten Brzeski. “Todo mundo está olhando para os bancos centrais em busca de ajuda. A dúvida é se os bancos centrais realmente querem trilhar esse caminho de novo.” No caso brasileiro, o BC de Tombini havia respondido, de véspera, e afirmativamente, à indagação.

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O Banco Central Europeu, por sua vez, pode revisar sua avaliação de que os riscos de inflação são de alta, como sinalizou esta semana seu presidente, Jean-Claude Trichet, abrindo caminho para uma interrupção do aperto monetário. “Estamos vendo o pior, e a inflação vai lentamente arrefecer”, disse à Bloomberg o diretor de pesquisa do ING na Ásia, Tim Condon. “Alguns (BCs) devem até mesmo estar se perguntando se podem afrouxar a política monetária para estimular a economia.”

“Concordo com o diagnóstico do Copom”, frisou, ao jornal Valor Econômico, o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. “Minha única divergência é sobre o timing. Esperávamos 25 pontos base em outubro e mais 25 na última reunião do ano, mas agora veio tudo de uma vez”, comenta.

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Para encerrar o dia, ninguém menos que Nouriel Roubini, o economista que previu a crise de 2008, cravou que uma recessão bate, inexoravelmente, às portas da economia mundial. É, apesar da grita inicial, o que se viu foi um diagnóstico correto e uma ação valente do BC brasileiro frente ao deteriorado quadro mundial.

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