Tereza Campello rebate Folha de S. Paulo: 'fome volta ao Brasil a partir do golpe de 2016'

"Sem evidência científica", segundo Campello, reportagem do jornal afirma que “a insegurança alimentar na população brasileira dobrou a partir de 2014", ainda no governo Dilma

Tereza Campello
Tereza Campello (Foto: Agência Brasil | Reprodução)


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247 - A ex-ministra Tereza Campello reagiu nesta quinta-feira (26) à uma reportagem da Folha de S. Paulo, publicada na quarta-feira (25), que afirma que "a taxa de insegurança alimentar na população brasileira dobrou a partir de 2014, ano em que a economia entrou em recessão no governo Dilma (2011-2016)”.

"A Folha e outros veículos repercutiram texto do pesquisador Marcelo Neri que analisa com bastante propriedade os microdados do Gallup World Poll a fim de comparar o Brasil e outros países do mundo. O texto de Neri expõe a gravíssima situação da insegurança alimentar no Brasil e traz dois achados importantíssimos: 1) Pela primeira vez o Brasil tem população em insegurança alimentar, em termos percentuais, acima da média mundial. 2) Aumentou a desigualdade em termos de insegurança alimentar no Brasil: 'nossos pobres têm mais insegurança alimentar que o mundo, enquanto nossos ricos têm menos'. Os dados gerais de análise da pobreza e insegurança alimentar analisados no texto de Neri são do IBGE, tanto PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) quanto POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares). A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) foi apurada em 2004, 2009, 2013 e voltou a ser aplicada na POF em 2017/18", explica a ministra em texto enviado ao Brasil 247.

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De acordo com Campello, "é sem fundamento e sem qualquer evidência científica" afirmar que a taxa de insegurança alimentar dobrou a partir de 2014. "Não existe nenhum argumento que sustente essa afirmação", ela diz. "Não foi realizada EBIA em 2014 nem em 2015 que sustente essa afirmação. Em segundo lugar, e mais importante, é que em 2014 o Brasil registrou a menor taxa de desemprego da história e a PNAD/IBGE aponta ainda as menores taxas de pobreza e extrema pobreza já registradas pela PNAD/IBGE. Marcelo Neri no texto reforça a relação entre insegurança alimentar e pobreza, o que desautoriza a leitura da Folha sobre o ano de 2014. Mesmo em 2015, ano em que a PNAD registra crescimento da pobreza, o patamar se mantém nos mesmos níveis de 2013, quando foram registrados os menores percentuais de INSAN da série do IBGE. Dada a correlação entre pobreza e insegurança alimentar (INSAN)".

Para a ministra, a Folha tenta "distorcer a história" para esconder que a volta da fome ao Brasil é resultado direto do golpe de 2016, apoiado, entre outros, pela própria Folha de S. Paulo. "A opção por distorcer a história é reveladora do que se busca esconder. A volta da fome ao Brasil se deu a partir do golpe de 2016, que a um só tempo solapou a democracia e deu fim a um auspicioso período de construção de políticas de combate à fome e à pobreza e de garantia de segurança alimentar. É em 2016, com Temer e a PEC 95, que tem início o desmonte de programas estratégicos reconhecidos pela ONU, aprofundado por Bolsonaro com o fim do CONSEA e o SISAN, sistema que coordenava a agenda de segurança alimentar no Brasil".

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