"Taxa de juros de 13,75% é irresponsável para crescimento do Brasil", diz ministro da Agricultura em Pequim

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a manutenção da taxa de juros no patamar atual pelo Banco Central “é um verdadeiro desestímulo” ao crescimento econômico

Carlos Fávaro
Carlos Fávaro (Foto: Guilherme Martimon/MAPA)


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Silvano Mendes, RFI - Apesar dos contratos anunciados no último dia da programação oficial da visita da delegação brasileira a Pequim, nesta quarta-feira, alguns números vindos do Brasil continuam provocando reações negativas na capital chinesa. Em seu discurso no Seminário Econômico Brasil-China, Carlos Fávaro reclamou das taxas de juros praticadas no país. “É um verdadeiro desestímulo”, disse o ministro.

Fávaro faz referência ao anúncio feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que decidiu por unanimidade, na semana passada, manter a taxa básica de juros – a Selic – em 13,75% ao ano. A medida faz com que índice permaneça no nível mais alto desde dezembro de 2016.

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No final do evento na capital chinesa, ao conversar com jornalistas, ele voltou ao assunto. Após insistir que o Brasil tem um mercado promissor, o ministro fez uma ressalva aos brasileiros: “Diante de tantas oportunidades, certamente os empresários precisam investir, modernizar suas plantas, fortalecer as suas oportunidades para poder atender a demanda chinesa. [Mas] a taxa de juro no Brasil está proibitiva”, martelou.

“O Banco Central, que é independente, não está tendo essa sensibilidade. Em hipótese alguma o governo do presidente Lula seria irresponsável com o controle da inflação e também com os gastos públicos. De forma alguma. Agora nós temos inflação controlada, os gastos públicos muito controlados. Um novo marco fiscal será apresentado, uma nova reforma tributária sendo apresentada para dar modernidade e agilidade, transparência nas contas públicas brasileiras”, relembrou. “Portanto, juros básicos da economia a 13,75% são proibitivos para aumentar as nossas oportunidades.

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Segundo Fávaro, o empresariado tem que reclamar. “É importante que se manifestem também. Se ficarem calados, certamente o Banco Central pode continuar com essa taxa de juros irresponsável para o crescimento do Brasil”, finalizou.

O governo vem aumentando a pressão sobre a autoridade monetária para que reduzisse a Selic. Juros altos encarecem o crédito e, em contrapartida, diminuem o consumo e os investimentos.

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