Sócio da Rio Bravo Investimentos diz que mercado financeiro não deve temer eleição de Lula
Na contramão do mercado financeiro, Paulo Para Bilyk, avalia que um eventual governo Lula não resultaria em mudanças bruscas no controle das contas públicas
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247 - O sócio fundador e CEO da gestora de investimentos Rio Bravo. Paulo Bilyk, afirmou em entrevista ao site Neofeed que uma eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - líder em todas as pesquisas de intenção de voto - nas eleições de outubro não resultaria em mudanças bruscas no tocante à gestão das contas públicas.
Para o executivo, o Brasil deve encontrar estabilidade fiscal, desde que o futuro governo não ceda às pressões para adotar ações populistas mal vistas pelo mercado financeiro. Recentemente, Marcelo Kayath, um dos financistas mais influentes da Faria Lima, também disse que o verdadeiro risco para o mercado é Jair Bolsonaro e não Lula.
“Quase certamente não vamos viver na próxima década os mesmos bons ventos internacionais que vivemos na década passada. Mas não vejo que os mercados, os agentes econômicos (embora ninguém nunca possa falar em nome do mercado, uma entidade que não existe, não vai poder dizer: ‘não é nada disso que eu acho”)… não vejo um desespero com a situação fiscal brasileira, por mais que as trapalhadas políticas sejam recorrentes. Também, honestamente, não acredito mesmo que, a essa altura do campeonato, alguém realmente imagine que, se o Lula for eleito presidente, nós vamos, no Brasil, reverter todas as coisas”, disse Bilyk.
“Até porque esses últimos anos foram muito longe de ser qualquer idílio pró-mercado, a gente está vendo que o Brasil tem um problema com liberdade econômica que vai muito além dos partidos, das pessoas; é uma espécie de cultura, que permeia todos os setores. Preferem um país fechado, protegido; você vê a luta que é qualquer tipo de liberalização. Não vai ser o Lula que vai desfazer o que temos. E, pessoalmente, não compro isso”, completou.
Ainda segundo ele, “ a sociedade não funciona bem quando uma pequeníssima parcela acumula uma quantidade de renda – e de poder – que a vicia, digamos assim, esgarça as relações de confiança e gera dúvidas inclusive em relação ao sistema político. Foi o que gerou, um pouco, esse turbilhão que estamos vendo”.
Bilyk também alerta para a possibilidade de Jair Bolsonaro “arrombar o caixa”, visando se reeleger. “A pior coisa que pode acontecer é o governo operar naquele ambiente de populismo eleitoral e arrombar o caixa para se reeleger”, disse. “Isso seria péssimo. Os agentes vão acompanhar isso todos os meses e vai se refletir no preço dos ativos. Os juros tendem a subir, e os valores dos ativos tendem a cair, a cada mês em que houver brincadeira de aumento salarial para uns, subsídios para outros, ajuda aqui, ali”, completou.
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