Siemens demite chefe no Brasil. O motivo: roubo

Conta de 7 milhes de euros na Europa foi o estopim da demisso de Adilson Primo, o chefe da multinacional alem no Brasil; empresa uma das mais ativas nos leiles de hidreltricas e do metr; escndalo pode respingar no setor pblico



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247 – O maior escândalo corporativo do Brasil pode estar se desenhando. Nesta terça-feira, de surpresa, a multinacional alemã Siemens anunciou a demissão de seu presidente no Brasil. Trata-se do executivo Adilson Primo, que liderava uma empresa com receitas de mais de R$ 4 bilhões/ano no Brasil, com atuação em diversos setores, como equipamentos do setor elétrico, de automação industrial, de sistemas metroviários e também da área de saúde. Primo era ainda vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Base, que participa ativamente da formulação dos principais projetos do PAC.

No comunicado, a Siemens anunciou que Primo foi substituído porque a empresa descobriu uma “grave contravenção das diretrizes da companhia”. Por grave contravenção, leia-se uma conta no exterior, abastecida com 7 milhões de euros, desviados da multinacional.

Ocorre que o escândalo pode extrapolar as fronteiras corporativas. Na Europa, tanto a Siemens como outra multinacional, a Alstom, foram investigadas por distribuir propinas de mais de US$ 850 milhões na última década, especialmente na América Latina. No caso da multinacional alemã, até o ex-CEO global, Heinrich von Pierer, chegou a ser afastado. E a Siemens brasileira cresceu escorada em grandes contratos do setor público, tanto no plano federal, com obras do setor elétrico, como no plano paulista, com obras de expansão do metrô.

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Rede de suborno

Recentemente, a empresa alemã fechou acordo em investigações internacionais que a apontaram como protagonista da maior rede de suborno de todos os tempos. Por meio da contratação de consultores, a empresa era favorecida em licitações públicas. Em geral, esses consultores remuneravam agentes públicos responsáveis pela análise de propostas e abertura dos envelopes. Um dos personagens investigados, nessa trama internacional, foi Robson Marinho, ex-coordenador de campanha de Mario Covas e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

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Nas investigações internacionais, a Siemens admitiu-se culpada e concordou em pagar multas milionárias. Sabia-se que a companhia remunerava agentes públicos. O que não estava no script é que parte da propina pudesse ser desviada para os bolsos de executivos da própria multinacional alemã.

Caso a Polícia Federal e o Ministério Público Federal decidam rastrear os recursos da conta do ex-presidente da Siemens, talvez consigam chegar às licitações fraudulentas. Paulo Ricardo Stark foi nomeado para o lugar de Adilson Primo.

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