Santander faz 'família vende tudo' e ações caem

Instituio de Emlio Botn (foto) anuncia venda de parte da unidade do Santander no Chile; fatia do Santander Brasil j foi oferecida ao mercado; ativo nos EUA tambm venda; tudo para cobrir rombo de US$ 7 bi na Espanha; mercado reage mal e aes do banco lideram perdas na Bovespa

Santander faz 'família vende tudo' e ações caem
Santander faz 'família vende tudo' e ações caem (Foto: Divulgação)


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Marco Damiani_247 – Derretimento. A temida palavra usada no mercado de ações para definir ações em queda contínua e acelerada pode ser aplicada, hoje e nos últimos dias, aos papéis do banco Santander na Bolsa de Valores de São Paulo. Às 16h00, poucos minutos antes do fechamento do pregão, as ações SANB11 ocupavam, folgadamente, a liderança na tábua de perdas, com um desempenho negativo de 4,97%. No mês, a queda já chega a 15,92%. O desastre é ainda maior quando se mede a curva das ações do Santander durante o ano, com menos 39,77%.

A direção de cunho personalista empreendida pelo presidente mundial do banco, Emílio Botín, tem tudo a ver com esse péssimo desempenho. Especialmente a decisão estratégica, atribuída a ele, de vender pedaços da participação do próprio Santander nas bandeiras Santander da América Latina e, também, nos Estados Unidos. Na semana passada, anunciou-se a intenção de venda de uma fatia estimada em 5% do Santander Brasil, por cerca de US$ 1 bilhão. Hoje, comunicado oficial do Santander Chile dá conta da colocação à venda de 7,8% da posição do Santander espanhol em sua unidade chilena, cobrando-se pela fatia algo como US$ 1,02 bilhão. Outro bilhão de dólares o Santander pretende colocar em caixa desfazendo-se de sua central de crédito automotivo nos Estados Unidos.

Em menos de uma semana, a tentativa de liquidar US$ 3 bilhões em ativos chamou, é claro, a atenção dos investidores. Negativamente. Ocorre que o Santander precisa se capitalizar, na própria Espanha, em US$ 7 bilhões – e o único lugar de onde pode fazer rapidamente esse dinheiro é entre suas operações lucrativas, o que ocorre, em particular, com as unidades na América Latina. A partir da matriz espanhola, o Santander também anunciou na semana passada a intenção de lançar cerca de US$ 1 bilhão em ações do banco brasileiro na Bolsa de Nova York, o que despertou receio, entre investidores brasileiros, de que o banco irá carrear os recursos arrecadados não para o Brasil, como seria correto imaginar, mas para a Espanha. “Esse evento confirma nossa opinião que os investidores no Santander Brasil estão sujeitos a certos riscos relacionados aos controladores da unidade”, registrou, em relatório, a analista da holding Itaú Unibanco Regina Longo Sanchez.

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Agora, com a notícia da colocação à venda de parte da unidade chilena, as avaliações são ainda mais duras. “É novamente efeito de sua fragmentação -- qualquer coisa para levantar capital”, disse ao jornalista Charles Penty, da Agência Bloomberg, Andrea Williams, chefe de renda variável do Royal London Asset, com responsabilidades sobre uma carteira de US$ 1 bilhão, e que inclui ações do Santander. “Eles podem argumentar que estão fazendo isso por questões de fluxo de caixa, mas isso é mais e mais fragmentação.”

 

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