Roger imita Eike em firma tentacular de meio bilhão

Minerao e combustveis, logstica e exportao, infraestrutura e energia; tudo vale para a AGN de Agnelli; enquanto isso, decises dele na Vale se mostram desastrosas: supernavios comprados no exterior por R$ 2,3 bilhes tm de ser vendidos e companhia sai das reas de petrleo e gs

Roger imita Eike em firma tentacular de meio bilhão
Roger imita Eike em firma tentacular de meio bilhão (Foto: Divulgação)


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247 – O Brasil está ganhando um aprendiz de Eike Batista. No ostracismo dos negócios desde maio, depois de sua estriptosa saída da Vale, o executivo Roger Agnelli anunciou, finalmente, um novo destino profissional. Ele deixa de ser empregado para virar patrão. Ou melhor, super patrão, de uma firma com anunciados R$ 500 milhões de capital, a AGN, iniciais de seu sobrenome.

A julgar por seus primeiros movimentos, Agnelli segue o modelo estabelecido pelo homem mais rico do País, Eike Batista, que ramifica ao máximo suas áreas de interesse trabalhando, em grande parte do tempo, com capital de investidores e a expectativa criada em torno de projeções de resultados.

Em diferentes notícias publicadas pela mídia, o próprio Agnelli vai estimulando a percepção de que a AGN será uma investment company tentacular, com áreas de interesses que vão da mineração à logísitca, da energia aos combustíveis, infraestrutura e exportações. A impressão é que não há distância que seus braços não alcancem, o que cria um clima de sucesso antecipado que sugere um certo encantamento.

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“A AGN terá três subsidiá¬rias”, registrou Agnelli ao portal Exame, que qualificou o ex-presidente da Vale como “o maior dos executivos brasileiros da atualidade”. “A primeira será voltada para a produção de biomassa para geração de energia. A segunda, para a logística, com foco em portos. E a terceira, para projetos de mineração de médio porte no Brasil e na África”. Uma ressalva: “Ferro e alumínio estão fora do objetivo.” Com isso, Agnelli procura mostrar distanciamento de áreas de atuação da Vale, um gesto inútil, uma vez que ele também pretende atuar em mineração, a razão de existir da companhia que presidiu por dez anos, entre 2001 e 2011.

Assim como o Eike da empresas de terminação X que gosta de fazer promessas, a AGN já divulga que está atrás de descobrir nada menos que um novo combustível para aviões. A empresa se diz disposta a se associar ao desenvolvimento de derivados da cana-de-açúcar para criar uma alternativa ao querosene.

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Na empreitada, Agnelli tem ao seu lado um velho amigo, o banqueiro Jair Ribeiro, do Indusval e Partners. Ambos, trinta anos atrás, se conheceram nos bancos da faculdade de Economia da Faap, em São Paulo. O ex-presidente mundial da Alcoa, Alain Belda, atual representante no Brasil da gestora de recursos Warburg Pincus, uma das maiores dos Estados Unidos, também está próximo ao negócio. Ex-diretor Jurídico da Vale, o advogado Fábio Spina é o quatro integrante do grupo inicial da AGN.

Oficialmente, no entanto, os sócios da AGN ainda não foram anunciados. A própria empresa não foi constuída. E nem o capital de R$ 500 milhões se confirma. Mas nas colunas da mídia a firma já opera para criar expectativas para ocupar espaços. Pode ser que, outra vez como Eike, rapidamente a AGN buscará o caminho da abertura de capital ou da venda de cotas para novos investidores, para obter recursos de terceiros o quanto antes. A conferir.

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Enquanto faz seus planos, Agnelli está vendo, à distância, ser desmontada a estratégia que escolhera para a Vale. Exatamente a da proliferação de focos de interesse. Com o objetivo de evitar desembolsos milionários, que poderiam enfraquecer sobremaneira o caixa da companhia num momento delicado da economia global, o presidente Murilo Ferreira resolveu impor a estratégia de concentração no negócio de mineração – e passar longe da determinação anterior de transformar a Vale também numa empresa de transporte, como queria Agnelli. Ferreira já determinou a venda dos 19 supernavios que foram comprados na gestão de seu antecessor na China (12) e na Coreia (7), por US$ 2,34 bilhões. Os primeiros quatro -- Vale Brasil, Vale Rio de Janeiro, Vale Itália e Vale Beinjing – foram negociados com um grupo asiático de transportes marítimos. Ferreira também determinou a venda de todos os ativos da mineradora no setor de petróleo e gás, exatamente para concentrar a Vale em mineração.

 

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