Queda de 96% no lucro da Usiminas derruba ações

Resultado do primeiro trimestre decepciona investidores e papel o destaque de queda na bolsa



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Por Lu Miranda_247 - A decepção dos investidores foi grande com o balanço divulgado pela Usiminas na quinta-feira 28. Tamanha frustração foi demonstrada no grande movimento de venda dos papéis da siderúrgica, que foram parar na lista das maiores perdas do Ibovespa no dia. A queda das (USIM3) chegou a superar 5% durante boa parte do pregão para fechar com queda de 3,9%. A reação dos investidores foi pela perda de 96% no lucro líquido, o que resultou em um ganho de apenas R$16 milhões no primeiro trimestre de 2011. No balanço, a empresa apresenta uma justificativa para o resultado tão fraco. Em fevereiro, a companhia vendeu a participação acionária no grupo siderúrgico latino-americano Ternium, o que teve um impacto negativo de cerca de R$ 125 milhões pela variação cambial.

Além do fraco desempenho, a Usiminas vive algumas incertezas internas. Uma provável mudança no controle da empresa já causava a oscilação dos papéis da siderúrgica na bolsa nos últimos dias. Nippon Steel, Votorantim e Camargo Corrêa detêm o comando da companhia e tentam impedir a entrada de Gerdau e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Nessa disputa, a CSN vem levando vantagem com a compra de ações no mercado, que já representariam mais de 10% do capital da Usiminas. Mas, no início da tarde, o presidente Wilson Brumer tratou de jogar água fria na estratégia de Benjamin Steinbruch ao argumentar que os sócios não teriam interesse na entrada da CSN no grupo de controle.

De acordo com o analista da Gradual Investimentos, Paulo Esteves, apesar do clima de insegurança gerado no mercado pela longa disputa pelo poder na siderúrgica, a queda acentuada nos papéis na quinta-feira 28 tem relação direta com a apresentação dos resultados do primeiro trimestre. Ele não acredita que o preço da ação vá se recuperar no curto prazo. “Não vejo reversão no preço do papel porque o quadro no setor é ruim. O preço internacional do aço está deprimido e o câmbio aqui no País não colabora para as exportações.”, afirma o analista. Diante dessa situação, Esteves sugere uma posição de cautela para o investidor. “Quem tem a ação deve esperar antes de vender. Quem está fora, não deve comprar agora. Há um grande risco antes das definições setoriais e do grupo de controle da Usiminas.”

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