Procura-se profissional de logística em Pernambuco
Com o mercado regional aquecido e o forte crescimento econmico do estado, o setor desponta como uma rea promissora. O problema encontrarpessoal qualificado
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Bruna Cavalcanti_PE247 – O segmento de logística é mesmo a bola da vez em Pernambuco. De olho em um mercado que cresce entre 15% e 20% ao ano – e nas dezenas de empresas que estão se instalando no Estado - muitos profissionais tem mudado de área e apostado todas as suas fichas no setor. Pelo menos é o que afirmam consultores e gestores da área. De acordo com estes especialistas, sobram vagas e, na maioria das vezes, falta qualificação para os interessados em seguir carreira nesse mercado promissor. No entanto, um dos maiores problemas atuais para suprir essa mão de obra estaria relacionada às próprias empresas. Muitas têm exigido profissionais com bastante experiência; mas, por outro lado, não tem estado dispostas a oferecer um salário compatível com o perfil que procuram.
“As empresas exigem um perfil muito alto e oferecem um salário que é incompatível com o mercado. Em algumas seleções tive que voltar na empresa e afirmar que, com a experiência que eles buscam, eu até conseguiria contratar alguém, mas não com o salário que eles queriam oferecer. Já aconteceu, por exemplo, de quererem pagar R$ 1,5 mil por um profissional que vale mais de R$ 3 mil”, afirma a professora de Gestão de Logística e sócia-diretora do Instituto Logos SCM Capacitação e Desenvolvimento (IDELOG ), Simone Lucena.
Com 20 anos de experiência em logística, Simone dá aulas na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e também é contratada para selecionar profissionais que estariam aptos a atuar no setor. “Vejo muitas pessoas estão migrando de outras áreas, como administração ou do mercado financeiro, porque o setor de logística está aquecido e há bastante demanda. No entanto, a questão da capacitação ainda é o nosso ponto chave. Falta mão de obra qualificada para o setor e essa carência não vai ser suprida de um dia para o outro”, explica.
A afirmação também é compactuada pelo consultor e gerente de Operações em Logística, Helder Diniz. “O setor de logística representa hoje um diferencial no crescimento do Estado. O grande problema, no entanto, é que durante décadas nos preocupamos apenas com a otimização da linha de produção da indústria. Com isso, deixamos a distribuição de lado e hoje enfrentamos sérios problemas na logística com o escoamento de todos estes produtos. Pernambuco está pagando por esse preço”, afirma Diniz. De acordo com o especialista, faltam pessoas para desempenhar operações simples e, até mesmo, para realizar tarefas mais complexas. “Semana passada me procuraram para oferecer uma vaga de gerente com o salário de R$ 14 mil. Conheço várias pessoas que adorariam receber esse valor; mas, a verdade é que não havia ninguém qualificado de verdade para essa e outras vagas”, pontua Diniz.
Com 30 anos de idade - e cinco de experiência em sua área- o administrador Cleiton Lira é um desses profissionais que já possui uma carreira experiente, mas que quer migrar para o setor de logística. “Quero ganhar um pouco mais. Vejo todos esses empreendimentos vindos para cá e penso: essas mesmas empresas vão ter que escoar sua produção e vão precisar de gente qualificada para isso. Sei que o setor de logística ainda vai crescer muito em Pernambuco”, afirma Lira. Hoje, no Estado, a média salarial de um analista de logística chega a R$ 3mil. Já um coordenador e um gerente, podem receber entre R$ 7 mil e R$ 8 mil e R$ 12 mil a R$ 14 mil, respectivamente.
Em Pernambuco, várias universidades já perceberam essa carência e estão preocupadas em oferecer cursos e MBA´s no setor. A Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) estão entre elas. Com um ano de criação, o MBA da Universo, em Gestão em Operações Logísticas, teve uma procura tão grande que, para 2012, uma nova turma com 60 alunos será aberta. Já a Católica, além do MBA em Logística Empresarial, também oferece a oportunidade de graduação no setor com o curso de Gestão Portuária, que é oferecido pela instituição desde 2010 e tem duração de dois anos.
“O perfil dos profissionais que buscam o MBA é sempre o mesmo: a maioria é formada em outras áreas, já tem experiência profissional e deseja migrar para o setor de logística. A graduação em Gestão Portuária, no entanto, é procurada por pessoas mais jovens, que estão querendo obter uma formação de olho no crescimento de Suape”, observa a especialista, Simone Lucena.
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