Privatização de refinarias da Petrobras aumentaria a gasolina em 19% e diesel em 12%

“Efeito imediato da privatização é a subida geral de preços e não a diminuição”, afirma o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social da Petrobras

Tanques de combustível em refinaria da Petrobras no Rio Grande do Sul
Tanques de combustível em refinaria da Petrobras no Rio Grande do Sul (Foto: REUTERS/Diego Vara)


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Por Tiago Pereira, da Rede Brasil Atual – Desde 2016, após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, a Petrobras incluiu no seu “plano de desinvestimento” a privatização de oito das suas 14 refinarias. O argumento é que a venda das unidades de refino traria maior competição ao setor, fazendo cair os preços. De lá para cá, a refinaria Landulpho Alves (Rlam) – atual Mataripe –, na Bahia, passou para as mãos do fundo árabe Mubadala. Nesta sexta-feira (13), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) pelo Grupo Atem.

A privatização da Rlam, no entanto, desmente o discurso oficial do governo. Desde que foi vendida, a Mataripe vem praticando os mais altos preços dos combustíveis no país. De acordo com o Dieese, só neste ano, a refinaria aumentou a gasolina em 48%. No diesel, o aumento chegou a 58%. Em comparação, os preços da gasolina e do diesel na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, ainda sob controle da Petrobras, subiram 37% e 45%, respectivamente.

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Com base no comportamento dos preços da Mataripe, o Observatório Social da Petrobras (OSP) estima que a gasolina ficaria, em média, 19% mais cara no país, caso as outras sete refinarias já fossem privatizadas. No diesel, o aumento seria de 12%. O jornal Folha de S.Paulo publicou o levantamento nesta sexta-feira (13).

“Essa simulação mostra que o efeito imediato da privatização da Petrobras é a subida geral de preços e não a diminuição, como o atual ministro de Minas e Energia (Adolfo Sachsida) quer fazer crer com sua declaração”, afirmou o economista Eric Gil Dantas, do OSP.

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Pior que o PPI

Também desde 2016, a Petrobras vem praticando a política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Assim, a estatal passou a vincular os preços dos combustíveis produzidos no Brasil à variação do petróleo no mercado internacional, acrescidos dos custos de logística para importação que são inexistentes. Como resultado, somente de janeiro de 2019 para cá, a gasolina acumula alta 155,8% nas refinarias. O diesel subiu 165,6%.

Ainda assim, com as refinarias na mãos da iniciativa privada, a política de preços seria ainda pior. Na Reman, por exemplo, o OSP estimou que o litro da gasolina passaria dos atuais R$ 3,79 para R$ 4,44. Já o diesel passaria de R$ 4,88 para R$ 5,74.

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De acordo com o OSP, a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), teria a maior alta entre as refinarias privatizadas. O preço da gasolina passaria para R$ 4,86 pela gasolina, em vez dos atuais R$ 3,94. Já o diesel iria para R$ 6,25, contra R$ 5,04 cobrados atualmente.

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