Preços mais altos que inflação e renda estagnada deixarão brasileiros mais pobres ao longo do tempo

Nem mesmo o reajuste do salário do brasileiro com base na inflação é suficiente para garantir o poder de compra do povo, já que os preços aumentam em uma escala bem maior

(Foto: Reuters/Pilar Olivares)


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247 - A notícia da economia para os brasileiros não é boa: eles ficarão mais pobres ao longo do tempo. Após dois anos de pandemia, o cenário econômico no país é de inflação alta, a mais forte em duas décadas, e juros elevados - os maiores desde 2017. 

Atualmente, a cesta básica custa quase 50% mais que em 2020. "Bens de consumo duráveis subiram tanto que hoje o carro usado vale mais que quando foi lançado, zero km, há dois anos", destaca reportagem do UOL.

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Por outro lado, a renda do brasileiro não aumentou. O salário mínimo cresceu menos que a inflação. Mesmo se a renda tivesse acompanhado a inflação não seria suficiente para garantir o poder de compra do trabalhador.  Os produtos estão subindo muito mais que os índices de preços. 

"A renda média da população caiu 4,2% desde março de 2020. Então, a tendência é todos ficarem mais pobres por anos. Só quem é promovido, muda de trabalho ou ganha algum prêmio ou herança pode conseguir uma reposição adequada", diz a reportagem, que ouviu do presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda: "a inflação que temos hoje empobrece o brasileiro, que tem seu poder de compra reduzido, pois alimentos, tarifas públicas, gás de cozinha, combustíveis, energia, tudo tem subido muito acima da inflação, e a renda não vem crescendo".

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Lacerda explica que se a renda do brasileiro não for reajustada acima da inflação, o poder aquisitivo dele seguirá caindo. A simples reposição da inflação não é suficiente.

Para piorar, a inflação aumenta mensalmente e o preço dos produtos mais ainda. O trabalhador, porém, só receberá seu reajuste - se vier - ao final de 12 meses. "A inflação alta sempre representa menor poder aquisitivo porque as pessoas não conseguem recompor perdas. O aumento de salário que vem lá na frente não repõe o poder de compra", diz o coordenador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Guilherme Moreira.

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Veja a comparação entre o avanço da inflação e a escalada de preços da cesta básica:

  • IPCA: +18,2% (IBGE)
  • Salário Mínimo: +16%
  • Renda média do brasileiro: -4,2% (IBGE)
  • Cesta básica em São Paulo: +46,8% (Dieese)
  • Cesta básica em Aracaju (SE): +34,5% (Dieese)

O cenário se agrava na medida em que se percebe que a inflação aumenta sobretudo o preço de alimentos, o que faz com que os pobres sofram mais. "A inflação afeta também as famílias de classes mais elevadas, mas elas conseguem de alguma forma ajustar o orçamento, por exemplo, cortando despesas como viagens. Além disso, essas classes que têm algum tipo de investimento financeiro conseguem se aproveitar da alta dos juros para melhorar o rendimento das aplicações. As classes de menor renda não têm essas ferramentas para enfrentar esses aumentos de preços", esclarece Moreira.

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Até quem tem uma situação financeira melhor fica mais pobre, explica o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. "Investir também é um tipo de consumo, então a inflação reduz a capacidade da família para buscar proteção do capital e do patrimônio. Esse impacto inflacionário é irreversível mesmo que haja recomposição por salários".

O caminho para reverter tal cenário é aumentar a renda da população. Com o país registrando altas taxas de desemprego e baixo crescimento, as perspectivas não são boas.

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